São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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Fiocca diz que Coutinho pensa semelhante a ele

Segundo Fiocca, Lula "fez uma excelente escolha"

GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA

Demian Fiocca, que esteve à frente do BNDES nos últimos 12 meses, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma excelente escolha ao optar por Luciano Coutinho para sucedê-lo na instituição.
"Luciano tem trabalhos importantes na área do desenvolvimento industrial, é uma pessoa de visão de mundo progressista, parecida com a minha, e estou seguro de que fará um excelente trabalho no banco."
Apesar de visivelmente emocionado, Fiocca, que falou à Folha ontem à noite por telefone, disse que deixava o banco consciente de ter realizado um trabalho importante para o futuro do BNDES. "Saio com a sensação do dever cumprido."
Fiocca disse que não definiu ainda seu futuro. Preferiu desconversar ao ser indagado se teria sido convidado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega -que foi quem o levou para o governo- para ocupar a Secretaria do Tesouro Nacional. Disse apenas que, no momento, iria entrar em férias, coisa que não consegue ter desde que começou a trabalhar no governo, em 2003.
"Há quatro anos cumpro jornada de trabalho de 12 a 14 horas por dia e, nesse período, consegui, no máximo, tirar duas semanas de férias. Pretendo, agora, tirar umas férias e depois decidirei meu futuro."
Fiocca diz que o BNDES vive, hoje, um dos melhores momentos de sua história. Nos últimos 12 meses até março, os desembolsos do banco somaram R$ 56,7 bilhões, com crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume de financiamentos aprovados foi de R$ 82,3 bilhões -aumento de 49%.
Além da recuperação da economia e da queda dos juros cobrados pelo banco, a TJLP, Fiocca atribuiu esses números também à maior agilidade do banco nas aprovações.
Segundo Fiocca, entre os anos de 1997 e 2000 os projetos mais complexos demoravam de sete a nove meses para serem aprovados, a partir da consulta. Entre 2001 e 2004, o prazo aumentou para 10 a 12 meses. A partir de 2005, a queda foi consistente, e, hoje, o prazo gira em torno de 25 dias.
Fiocca diz que toda essa melhora foi obtida mesmo tendo hoje um conjunto muito maior de exigências e obrigações legais a serem cumpridas. De acordo com ele, até há pouco tempo, primeiro se aprovava o pedido de empréstimo e depois se conseguia a licença ambiental. Hoje, o financiamento só é aprovado depois da licença.


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