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Grevistas têm ponto cortado a partir do dia 8
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Planejamento fechou ontem a folha de pagamento dos servidores públicos e confirmou que os auditores fiscais da Receita Federal
terão descontados os dias não
trabalhados a partir de 8 deste
mês. O corte de ponto só não
será anterior porque a área jurídica do ministério entendeu
que antes dessa data os servidores tinham o pagamento garantido por liminar da Justiça Federal no Rio Grande do Sul, que
foi derrubada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Os auditores fiscais decidiram manter a greve por tempo
indeterminado. Em assembléias realizadas em todos os
Estados, os servidores votaram
se aceitavam ou não a proposta
do governo, feita ao sindicato
em reunião na terça-feira. Às
18h45 de ontem, com os votos
de 76 das 90 delegacias regionais apuradas, 94% dos votos
eram contra a proposta.
O Planejamento ofereceu
reajuste do teto salarial para R$
19 mil, até julho de 2010. Os auditores querem equiparação
salarial com os delegados da
PF, os mais bem remunerados
do Executivo. No próximo ano,
os delegados da PF terão reajuste para R$ 19,7 mil. E exigem
que o aumento seja concedido
até abril do ano que vem.
Atualmente, 80% dos auditores fiscais ganham o teto salarial, de R$ 13,4 mil -valor que
não inclui as gratificações. Os
servidores mais antigos recebem mais do que o teto porque
acumularam ao salário o reajuste de 1% concedido a cada
ano de trabalho. Os outros 20%
dos auditores recebem o piso
de R$ 10 mil -eles reivindicam
aumento para R$ 14 mil.
A greve dos auditores fiscais
completou ontem um mês, gerando prejuízos para diversos
setores, principalmente os que
dependem da importação de
insumos e matérias-primas
(leia textos nesta pagina). Representantes dos exportadores
disseram que contratos foram
cancelados. A indústria de
equipamentos eletrônicos estima as perdas em US$ 150 milhões. E a de transportes e logística, em US$ 14 milhões.
Na noite de quinta-feira o
STJ (Superior Tribunal de Justiça) liberou o governo para
cortar o ponto dos grevistas.
Horas antes, o mesmo órgão
havia concedido uma liminar
impedindo o desconto dos dias
não-trabalhados.
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