São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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Grevistas têm ponto cortado a partir do dia 8

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério do Planejamento fechou ontem a folha de pagamento dos servidores públicos e confirmou que os auditores fiscais da Receita Federal terão descontados os dias não trabalhados a partir de 8 deste mês. O corte de ponto só não será anterior porque a área jurídica do ministério entendeu que antes dessa data os servidores tinham o pagamento garantido por liminar da Justiça Federal no Rio Grande do Sul, que foi derrubada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Os auditores fiscais decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Em assembléias realizadas em todos os Estados, os servidores votaram se aceitavam ou não a proposta do governo, feita ao sindicato em reunião na terça-feira. Às 18h45 de ontem, com os votos de 76 das 90 delegacias regionais apuradas, 94% dos votos eram contra a proposta.
O Planejamento ofereceu reajuste do teto salarial para R$ 19 mil, até julho de 2010. Os auditores querem equiparação salarial com os delegados da PF, os mais bem remunerados do Executivo. No próximo ano, os delegados da PF terão reajuste para R$ 19,7 mil. E exigem que o aumento seja concedido até abril do ano que vem.
Atualmente, 80% dos auditores fiscais ganham o teto salarial, de R$ 13,4 mil -valor que não inclui as gratificações. Os servidores mais antigos recebem mais do que o teto porque acumularam ao salário o reajuste de 1% concedido a cada ano de trabalho. Os outros 20% dos auditores recebem o piso de R$ 10 mil -eles reivindicam aumento para R$ 14 mil.
A greve dos auditores fiscais completou ontem um mês, gerando prejuízos para diversos setores, principalmente os que dependem da importação de insumos e matérias-primas (leia textos nesta pagina). Representantes dos exportadores disseram que contratos foram cancelados. A indústria de equipamentos eletrônicos estima as perdas em US$ 150 milhões. E a de transportes e logística, em US$ 14 milhões.
Na noite de quinta-feira o STJ (Superior Tribunal de Justiça) liberou o governo para cortar o ponto dos grevistas. Horas antes, o mesmo órgão havia concedido uma liminar impedindo o desconto dos dias não-trabalhados.


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