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SP diz que situação energética é de atenção
Dilma Pena, secretária de Energia do Estado, afirma que a freqüência de problemas no setor preocupa
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A secretária de Saneamento e
Energia de São Paulo, Dilma
Pena, disse que a situação do
sistema elétrico paulista é de
atenção, em referência às recentes interrupções de energia
no Estado causadas por problemas técnicos. A Folha revelou,
na última quarta-feira, o diagnóstico preocupante traçado
pelo ONS (Operador Nacional
do Sistema Elétrica) numa reunião extraordinária realizada
início da semana em São Paulo.
Dilma vai agora discutir a
questão com o ministro Edison
Lobão (Minas e Energia) na
terça-feira. "Há estado de atenção. Ocorrências são normais,
o que nos preocupa é quando
acontecem com bastante freqüência", disse. Segundo ela,
nos últimos 36 dias, foram registradas cinco explosões em
linhas de transmissão e subestações do sistema paulista, o
que gerou interrupções de fornecimento de energia.
Ela atribuiu os problemas à
sobrecarga do sistema. Segundo a secretária, de 2001 a 2006,
o consumo de energia cresceu
17,6% em São Paulo, e os investimentos para acompanhar essa demanda não foram feitos.
Dilma responsabilizou o governo federal por não ter feito
o planejamento da expansão do
sistema paulista. Segundo Dilma, o crescimento ocorre somente por meio de leilões, que
são organizados pela União. "A
necessidade de aumento de investimentos passa pelo poder
concedente, que tem que autorizar a expansão. Esse processo
está muito devagar."
Em São Paulo, o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica), Jerson
Kelman, disse que "nem na
Suíça" há um sistema de transmissão de energia que seja infalível e negou que São Paulo
esteja "abandonado". "Nem
aqui nem na Suíça, [seria possível] ter um sistema absolutamente à prova de eventos no
sistema. Seria caríssimo garantir isso", diz. Ele disse que a
Aneel já está tomando providências para autorizar as obras,
que podem ter a licitação dispensada, e viabilizar o reforço
da rede em São Paulo.
Kelman afirmou que em dois
anos a Aneel autorizou ou licitou obras que totalizaram investimentos de R$ 400 milhões, em redes de alta e média
tensão, que perfazem o sistema
de transmissão.
Cesp
Dilma Pena não descartou a
possibilidade de o governo vender apenas parte da Cesp
(Companhia Energética de São
Paulo). Uma das alternativas
seria excluir as hidrelétricas de
Jupiá e Ilha Solteira, cujos contratos de concessão vencem em
2015. O fim das concessões resultou no fracasso da terceira
tentativa de vender a estatal.
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