São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bovespa acumula alta de 3,73% na semana

Balanços nos EUA animam investidor; dólar vai a R$ 1,67

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário favorável ao mercado acionário no mundo deu ânimo à Bolsa de Valores de São Paulo. Porém, apesar da elevação de 0,57% marcada ontem, o Ibovespa não conseguiu fechar acima dos 65 mil pontos -ficou em 64.922 pontos.
Na semana, a Bovespa acumulou alta de 3,73%. Com isso, passou a computar ganho mensal de 6,49% e anual de 1,62%.
"O mercado teve uma recuperação considerável na semana. As nossas expectativas são positivas, mas o investidor deve ficar atento. É um otimismo cauteloso", diz Luiz Henrique Carneiro, gestor de renda variável da Paraty Investimentos.
A Bovespa, em seu melhor momento ontem, ameaçou romper seu recorde do ano -que são os 65.555 pontos de 28 de fevereiro. Na máxima de ontem, o índice Ibovespa, que reúne as 63 ações mais negociadas, chegou a 65.384 pontos.
A pontuação oscila com o valor de mercado das ações das companhias listadas na Bolsa. Assim, dizer que a Bolsa atingiu uma pontuação recorde significa que as ações listadas em pregão nunca valeram tanto.
Os pregões em Wall Street foram impulsionados por balanços corporativos, que mostraram resultados melhores que as projeções. O índice Dow Jones, que agrupa as 30 ações americanas mais líquidas, encerrou as operações com valorização de 1,81%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 2,61%.
O grande destaque do dia foram as ações do Google, que terminaram com valorização de 19,99% no mercado norte-americano. A companhia registrou lucro líquido 31% maior no primeiro trimestre deste ano, de US$ 1,31 bilhão.
No setor financeiro americano, o balanço do Citigroup, que teve prejuízo de US$ 5,111 bilhões no primeiro trimestre (leia à pág. B7), acabou sendo recebido de forma positiva pelo mercado, que contava com perdas maiores. A ação do banco subiu 4,49%.
A maioria das ações do Ibovespa encerrou a semana com ganho: foram 43 altas contra 20 baixas. O principal destaque foram as ações da Petrobras. Os papéis ganharam novo alento após as declarações de Haroldo Lima, diretor-geral da ANP, que falou sobre o potencial de novas reservas da Petrobras para gerar barris de petróleo. Na semana, as ações ON (ordinárias) da Petrobras registraram alta de 9,76%, e as PN (preferenciais) subiram 8,59%.
Já a elevação da taxa básica da economia, a Selic, acabou por não segurar a Bolsa de Valores. A taxa Selic subiu de 11,25% para 11,75% anuais na última quarta-feira. Em tese, taxas maiores levam os investidores a trocarem aplicações no mercado acionário -que carrega mais riscos- por investimentos atrelados aos juros.
No pregão de ontem, houve a estréia das ações ordinárias da Hypermarcas. O papel encerrou vendido a R$ 16,70, com recuo de 1,76% em relação a seu preço de estréia.

Dólar
Após aprofundar a tendência de baixa durante a semana, o dólar subiu 0,78% nas operações de ontem, terminando a semana vendido a R$ 1,67.
Na quinta-feira, a moeda norte-americana encerrou negociada a R$ 1,657, seu mais baixo valor desde maio de 1999.
Além de a moeda americana estar sendo negociada em níveis muito baixos em relação ao real, analistas afirmaram que a informação de que o governo estuda a possibilidade de elevar a alíquota do IOF que incide no ingresso de investimentos estrangeiros para a compra de títulos da dívida pública brasileira acabou por pressionar mais um pouco a cotação da divisa.


Texto Anterior: Imposto de Renda / Serviço Folha-IOB
Próximo Texto: Vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.