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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Setor de bens de capital cai 15% em março
O volume de encomendas no
setor de máquinas e equipamentos não para de cair na indústria brasileira. A retração
nos pedidos em março chegou a
15% na comparação com fevereiro e a 30,7%, em relação a
março de 2008, segundo dados
da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas
e Equipamentos).
Segundo o presidente da associação, Luiz Aubert Neto, dos
30 segmentos da indústria de
máquinas, 28 tiveram queda de
faturamento no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo
período de 2008. "As empresas
estão queimando sua carteira
de projetos e não entram pedidos novos."
O setor, que registrou recordes de exportação no ano passado, soma um déficit comercial de US$ 3 bilhões de janeiro
a março de 2009. Segundo Aubert, as exportações de máquinas caíram 30%, e as importações subiram 8% no período.
O desaquecimento do setor
faz com que os fabricantes de
máquinas "demitam todos os
dias", diz Aubert. A Abimaq já
contabilizou a demissão de cerca de 15 mil pessoas entre outubro de 2008 e março -80% delas no Estado de São Paulo. Se o
setor não se reaquecer, a expectativa dele é que o fechamento
de postos continue nos próximos meses.
Além da queda da demanda,
o setor de máquinas e equipamentos ainda sente os efeitos
da restrição de crédito. Segundo pesquisa da Abimaq, mais da
metade dos empresários teve
dificuldades para obter capital
de giro e desconto de duplicatas
em março.
O otimismo entre os empresários ainda é pequeno, mas
melhorou um pouco em relação a fevereiro, segundo a sondagem da Abimaq. No mês passado, 12% deles acreditavam
que a economia vai melhorar
daqui para a frente, contra apenas 3% que estavam otimistas
em fevereiro.
Aubert, que participa do comitê de monitoramento da crise, tem pedido ao governo medidas de incentivo ao setor.
"As ações adotadas pelo governo para estimular o consumo são corretas. Mas é preciso
que uma segunda fase de incentivos venha para pressionar os
investimentos", afirma Aubert.
MUDANÇA DE PLANOS
A Vicunha Têxtil reativou
uma linha de produção de fibra de viscose na fábrica de
Americana (SP) após a aprovação de uma medida antidumping do fio de viscose
pelo governo brasileiro em
março. A empresa ameaçou
fechar a unidade no começo
deste ano por conta da demora no processo.
TERMÔMETRO
A onda de demissões provocada pela crise resultou no
aumento do gasto de empresas com plano de saúde, diz a
Quórum Corretora, especializada em gestão de saúde e
risco industrial. O motivo:
por medo de perder o plano,
funcionários estão antecipando exames, consultas e
cirurgias.
PREVIDÊNCIA
A Bradesco Seguros e Previdência foi escolhida, em
pesquisa realizada pela revista britânica "Euromoney", como "A Melhor Seguradora do Brasil em 2009". O
levantamento foi realizado
entre outubro e dezembro
do ano passado, com consulta a mais de 400 profissionais em 59 países.
VERDE
O Wal-Mart abre neste
mês sua primeira loja ecoeficiente em São Paulo. A loja
terá mais de 60 iniciativas
sustentáveis estabelecidas
internacionalmente pela rede. Héctor Núñez, presidente da rede, diz que agora todos os novos hipermercados
Wal-Mart construídos no
Brasil serão ecoeficientes.
OMBREIRA
Sami Arap Sobrinho (Arap Nishi Uyeda Advogados), Werner Grau Neto (Pinheiro Neto Advogados) e Eduardo Mufarej (Tarpon Investimentos) uniram esforços para buscar
empresas interessadas em patrocinar a seleção brasileira de
rúgbi. Ex-jogadores, eles lançaram nesta semana a Grab (Associação Grupo de Apoio ao Rugby Brasileiro). "Queremos
mostrar às empresas que o rúgbi tem o terceiro campeonato
de esporte mais visto no mundo, depois da Copa e da Olimpíada", diz Arap. Segundo ele, a seleção não tem patrocínio
e, na prática, os próprios jogadores financiam sua participação em campeonatos. Com recursos, a Grab defende que a
equipe pode chegar à categoria mundial em 2015.
EM CASA
A marca de móveis Artefacto abriu na última semana
sua nova mostra com tendências e criações da coleção
2009. Desta vez, fez parceria com a Aymoré Financiamentos. Wair de Paula, diretor, diz que a marca já fez
parcerias com bancos em outros momentos, pois a "acessibilidade" sempre foi preocupação da empresa, que vende móveis de alto padrão. Mas agora o cliente ficou mais
rigoroso, diz Paula. "O cliente mudou depois da crise."
TRAJETÓRIA
Será lançado em maio o livro "José Luiz Bulhões Pedreira-A Invenção do Estado Moderno Brasileiro" (280
págs.), escrito pelos jornalistas Luiz Faro, Coriolano
Gatto e Rodrigo de Almeida
e editado pela Insight Engenharia de Comunicação. O
livro aborda a participação
do jurista de 1950 a 1990 na
elaboração de leis de vários
segmentos, como mercado
de capitais, sistema financeiro e sociedades anônimas.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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