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Empresa vê boato e mentira em críticas de manutenção
DA REPORTAGEM LOCAL
A manutenção dos Fokker-100
pela TAM passou a ser alvo de críticas de especialistas e consultores
a partir do trágico acidente de
1996, quando um dos aviões caiu
em São Paulo e causou a morte de
99 pessoas.
As principais críticas dizem respeito ao excesso de produtividade
das aeronaves, pouco querosene
de reserva nos aviões e alto índice
de acidentes aéreos.
O diretor de segurança dos vôos
da TAM, Marco Rocha, afirma
que todas essas histórias são boatos, sem fundamento. O site americano AirSafe, por exemplo, afirma que a TAM tem alto índice de
acidentes ou incidentes (abertura
de portas, problemas no trem de
pouso ou queda com mortes) por
milhão de vôos.
Segundo o AirSafe, a TAM teria
uma média de 5,68 acidentes a cada milhão de vôos, contra 1,81 da
Vasp. A TAP teria um índice de
0,94, enquanto a Varig estaria
com 0,90, e a American Airlines
com 0,54, por exemplo. A média
incluiria vôos realizados entre
1970 e julho de 2002.
"Os dados estão errados e foram
colocados na internet por pessoas
que não conhecem aviação", afirma Rocha. O site diz, por exemplo, que a TAM fez 600 mil vôos
desde que virou empresa regional, em 1976. "Isso está errado. Só
em 2002 fizemos 224.337 vôos."
Outra crítica de consultores e
especialistas diz respeito ao tempo que a TAM daria para resfriar
os freios dos seus aviões, antes de
novos vôos. Seriam 15 minutos,
quando as outras empresas adotariam 20 minutos.
"Não há regras para o tempo de
esfriamento. Pode ser de quantos
minutos a empresa quiser. Voamos muito para garantir produtividade", afirma Rocha. O DAC
(Departamento de Aviação Civil)
afirma que não há legislação que
determine um tempo mínimo de
esfriamento.
Combustível
A TAM tem sido criticada por
abastecer aviões somente com o
combustível necessário para o
vôo previsto, com pouca margem
de folga. As suspeitas aumentaram depois de um Fokker-100 ter
feito um pouso forçado em Birigui (SP), em 2002. A TAM afirma
que o pouso ocorreu por problemas no sistema de combustível.
"Não trabalhamos com pouco
combustível. Isso não existe. Trata-se de um boato que surgiu em
1993", diz Rocha.
Segundo ele, numa noite de
1993 um Fokker-100 que vinha de
São Paulo pediu autorização para
aterrissar em Fortaleza. Um avião
da Força Aérea Brasileira e outro
da Nordeste estavam na mesma
situação, enquanto uma aeronave
da Vasp queria decolar.
"A torre de controle perguntou
a autonomia de cada avião. Nosso
piloto informou corretamente
que tinha 15 minutos além das
exigências normais [o que garantiria mais de 45 minutos]." Rocha
diz que a torre entendeu que o
Fokker-100 só tinha 15 minutos
de autonomia e lhe deu prioridade de pouso. "Depois disso, virou
lenda que nossos Fokker-100
voam sem combustível de reserva. É mentira."
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