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INFLAMÁVEL
Aumento de preços pode ocorrer a qualquer momento, afirma Dutra
Reajuste não tem data, diz Petrobras
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra, afirmou ontem
que não existe uma data para o
reajuste dos preços dos combustíveis no país, mas admitiu que o
aumento pode ocorrer a qualquer
momento.
"Não tem calendário. Pode ser
amanhã, pode ser depois de amanhã, pode ser qualquer dia. A partir do momento em que a Petrobras entender que mudou de patamar [o preço internacional do
óleo], a gente vai aumentar", afirmou, durante entrevista para divulgação do plano estratégico da
estatal para o período 2004-2010.
Segundo a Folha apurou, é provável que o anúncio do reajuste
seja feito ainda neste mês, após o
regresso ao Brasil da missão que
irá à China na próxima semana,
chefiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da qual Dutra fará parte.
A Petrobras vai inaugurar um
escritório em Pequim e assinar
um acordo com a chinesa Sinopec
que inclui exportações de óleo
brasileiro para a China.
Parâmetro
Dutra disse que "a competência
para definir preço [dos combustíveis] é da diretoria da Petrobras",
refutando informação dada pelo
jornal "O Globo" segundo a qual
o presidente Lula é que dará a última palavra a respeito do reajuste.
O presidente da estatal disse
também que a direção da empresa ainda não está convencida de
que o preço do petróleo mudou
de patamar. Segundo Dutra,
quando a Opep (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo)
havia estabelecido que seus preços oscilariam entre US$ 22 e US$
28 por barril, era mais fácil definir
um parâmetro.
Agora, segundo ele, além de a
atual aceleração ter começado há
pouco tempo, ainda há informações de que a Opep poderá aumentar (em até 2,5 milhões de
barris por dia) a sua produção, o
que, certamente, traria mudanças
no mercado.
Plano estratégico
No plano estratégico divulgado
ontem pela Petrobras, que prevê
investimentos de US$ 53,6 bilhões
até 2010, sendo 70% com recursos
da própria geração de caixa da
empresa, Dutra disse que os cálculos foram feitos "com a premissa de preços alinhados ao mercado internacional".
Mas ele ressalvou que, com isso,
a Petrobras não está dizendo que
repassará ao mercado interno de
combustíveis a volatilidade do
mercado internacional.
Com base em levantamentos
feitos com consultores internacionais, a empresa fez o seu plano
estratégico tomando por base que
o barril de petróleo ficará entre
US$ 23 e US$ 28 no período.
Dutra disse que, nos cálculos de
rentabilidade dos projetos incluídos no plano, a estatal foi ainda
mais conservadora, estimando
que, mesmo com o óleo a US$ 16
por barril, os projetos serão viáveis e rentáveis.
Teoricamente, quanto mais o
preço do petróleo ficar acima dos
valores utilizados nos cálculos,
mais rentáveis serão os projetos e
maior será a geração de caixa da
empresa.
A não ser que os preços dos
combustíveis sejam mantidos artificialmente defasados permanentemente. Mas há também um
teto para os preços a partir do
qual é mais negócio investir em
fontes de energia alternativas ao
petróleo.
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