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SAÚDE
Pacientes terão de pagar R$ 42
Médico de MG recusará consultas a segurados
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A partir da próxima semana,
cerca de 700 mil usuários de seguro-saúde em Minas Gerais não serão mais atendidos pelos médicos, a não ser que paguem R$ 42
pela consulta, valor médio pedido
para a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de
Procedimentos Médicos. Os planos de saúde não serão afetados.
A decisão foi tomada na noite
de anteontem, durante assembléia realizada na Associação Médica de Minas Gerais, da qual participaram cerca de 800 associados. Alegam os médicos que as seguradoras se negam a colocar em
prática a nova classificação, que
atualiza a remuneração de mais
de 5.400 procedimentos médicos
e propõe novos critérios de relacionamento entre médicos, pacientes e operadoras de saúde.
A classificação anterior tinha
cerca de 3.000 procedimentos.
Com a evolução da ciência, os
procedimentos foram revistos.
Por exemplo: o exame de sangue
que identifica o câncer de próstata
(PSA) evoluiu para a forma fracionada, mas as operadoras de
saúde ainda só pagam pelo exame
que dá a quantidade total da presença da enzima identificadora
desse tipo de câncer.
De acordo com Castinaldo Bastos Santos, presidente da Associação Médica de Minas Gerais, médicos de todo o país estão defendendo a nova classificação, sendo
que, em alguns Estados, a mobilização está mais avançada, principalmente no Nordeste. Na Bahia,
disse ele, há 60 dias os usuários
dos planos de seguro-saúde estão
sem atendimento regular.
"Tomamos essa decisão após
vários meses de negociação, mas
as seguradoras não admitem reajustar o valor dos procedimentos,
como estão fazendo, em parte, os
planos de saúde. O valor médio da
consulta hoje é de R$ 25."
Segundo Santos, há nove anos a
classe médica está sem reajuste,
enquanto as mensalidades dos
planos de saúde são reajustadas
"sempre acima da inflação", fazendo com que o "lucro das empresas seja cada vez maior".
Adaptação de planos
O consumidor que tem um convênio de saúde com contrato anterior a 1998 deve ficar atento ao
escolher uma das opções de transferência para atualizar seu plano.
O Procon alertou ontem que os
reajustes na migração podem ultrapassar os 25% já previstos.
Isso porque a operadora poderá
solicitar à ANS (Agência Nacional
de Saúde) um reajuste maior caso
os custos sejam superiores ao previsto. O Procon fez um levantamento das lacunas deixadas pela
nova regulamentação dos planos.
O Procon reafirma que não há
obrigatoriedade em optar pela
adaptação ou transferência. Caso
o consumidor opte pela adaptação ou pela migração, ele terá 90
dias para responder à empresa.
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