São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Instituições aceitam papéis por serem de curto prazo; Bovespa sobe 2,39%, e risco-país cai 2,2%

Tesouro vende R$ 2,9 bi em títulos públicos

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Tesouro Nacional conseguiu ontem colocar no mercado R$ 2,9 bilhões por meio de um leilão de papéis pós-fixados.
A instituição teve de ceder à pressão do mercado e ofertar LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós-fixados) com prazo de vencimento curto. Dois lotes de LFTs foram vendidos: um com prazo de resgate em agosto de 2005, e outro, em maio de 2006.
Na semana retrasada, o Tesouro foi obrigado a recomprar LFTs de prazo mais longo (com vencimentos entre 2007 e 2009) porque o mercado financeiro passou a evitar os títulos. A maior oferta de venda levou a uma depreciação dos papéis no mercado, o que gerou perdas para os fundos de investimento. Na semana passada, o Tesouro chegou a suspender os leilões desses papéis.
O secretário-adjunto do Tesouro Nacional José Antônio Gragnani comemorou o leilão, mas admitiu que, se tivesse tentado vender títulos de prazo mais longo, poderia ter "estressado" o mercado desnecessariamente.
"Temos de fazer a coisa com calma, não temos interesse em estressar o mercado", disse à Folha.
Segundo Gragnani, a demanda pelos títulos superou em três vezes o valor da oferta. Ou seja, haveria compradores para até R$ 9 bilhões. Os papéis pagarão juros equivalentes a cerca de 101,3% (vencimento em 2005) e 102,3% (2006) da taxa dos empréstimos interbancários (DI), a qual segue o juro básico da economia (Selic), hoje em 16% ao ano. Na semana retrasada, LFTs com vencimento em 2007 chegaram a sair a 105% do DI.
Para hoje, o mercado aguarda o que o Tesouro fará com o vencimento de R$ 31,6 bilhões em títulos públicos pós-fixados.

Menor tensão
O mercado teve um dia mais calmo ontem. A Bovespa encerrou o pregão com valorização de 2,39%. O risco-país recuou 2,2%, para 712 pontos.
O que não repercutiu bem no mercado foram os ataques do PL -o partido do vice-presidente da República, José Alencar- à atual política econômica. O PL chegou a pedir em documento o controle de capitais no país.
O dólar sofreu pressão ontem devido ao vencimento de US$ 2,06 bilhões em papéis cambiais. O governo irá resgatar o vencimento hoje. A moeda fechou com pequena alta, de 0,19%, a R$ 3,131.
(FABRICIO VIEIRA E LEONARDO SOUZA)


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