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MERCADO FINANCEIRO
Instituições aceitam papéis por serem de curto prazo; Bovespa sobe 2,39%, e risco-país cai 2,2%
Tesouro vende R$ 2,9 bi em títulos públicos
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Tesouro Nacional conseguiu
ontem colocar no mercado R$ 2,9
bilhões por meio de um leilão de
papéis pós-fixados.
A instituição teve de ceder à
pressão do mercado e ofertar
LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós-fixados) com
prazo de vencimento curto. Dois
lotes de LFTs foram vendidos: um
com prazo de resgate em agosto
de 2005, e outro, em maio de 2006.
Na semana retrasada, o Tesouro
foi obrigado a recomprar LFTs de
prazo mais longo (com vencimentos entre 2007 e 2009) porque
o mercado financeiro passou a
evitar os títulos. A maior oferta de
venda levou a uma depreciação
dos papéis no mercado, o que gerou perdas para os fundos de investimento. Na semana passada,
o Tesouro chegou a suspender os
leilões desses papéis.
O secretário-adjunto do Tesouro Nacional José Antônio Gragnani comemorou o leilão, mas admitiu que, se tivesse tentado vender títulos de prazo mais longo,
poderia ter "estressado" o mercado desnecessariamente.
"Temos de fazer a coisa com calma, não temos interesse em estressar o mercado", disse à Folha.
Segundo Gragnani, a demanda
pelos títulos superou em três vezes o valor da oferta. Ou seja, haveria compradores para até R$ 9
bilhões. Os papéis pagarão juros
equivalentes a cerca de 101,3%
(vencimento em 2005) e 102,3%
(2006) da taxa dos empréstimos
interbancários (DI), a qual segue
o juro básico da economia (Selic),
hoje em 16% ao ano. Na semana
retrasada, LFTs com vencimento
em 2007 chegaram a sair a 105%
do DI.
Para hoje, o mercado aguarda o
que o Tesouro fará com o vencimento de R$ 31,6 bilhões em títulos públicos pós-fixados.
Menor tensão
O mercado teve um dia mais
calmo ontem. A Bovespa encerrou o pregão com valorização de
2,39%. O risco-país recuou 2,2%,
para 712 pontos.
O que não repercutiu bem no
mercado foram os ataques do PL
-o partido do vice-presidente da
República, José Alencar- à atual
política econômica. O PL chegou
a pedir em documento o controle
de capitais no país.
O dólar sofreu pressão ontem
devido ao vencimento de US$
2,06 bilhões em papéis cambiais.
O governo irá resgatar o vencimento hoje. A moeda fechou com
pequena alta, de 0,19%, a R$ 3,131.
(FABRICIO VIEIRA E LEONARDO SOUZA)
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