|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMÉRICA LATINA
País completa 7 trimestres consecutivos de crescimento superior a 8%, mas dados de março ficam abaixo do esperado
Economia argentina tem expansão de 8,6%
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia argentina completou em março sete trimestres consecutivos de crescimento superior
a 8%, apesar de o nível de atividade daquele mês ter ficado abaixo
do esperado pelo mercado.
No primeiro trimestre do ano, o
PIB do país vizinho teve expansão
de 8,6% em relação a igual período do ano passado. Mas o ritmo
de atividade econômica desacelerou para 7,7% em março, depois
de registrar índices de 9,0% e
9,3% em janeiro e fevereiro, respectivamente.
Esse movimento levou consultorias econômicas a revisarem para baixo a previsão de crescimento do PIB para o ano, que estava
em cerca de 8%. A Fiel (Fundação
de Investigações Econômicas Latino-americanas), por exemplo,
prevê agora uma expansão em
torno de 7,6% em 2006.
"O mercado esperava aumento
da atividade econômica próximo
de 9% em março", diz Bour, economista-chefe da entidade.
Este será o quarto ano consecutivo de forte crescimento na Argentina, depois de uma retração
de 10,9% em 2002. A expansão foi
de 8,7% em 2003, 9,0% em 2004 e
9,2% em 2005. Mas só no ano passado a economia recuperou o tamanho que tinha em 1998.
Bour acredita que o atual nível
de investimentos não permitirá
que a Argentina mantenha o forte
ritmo de expansão por longo prazo. No ano passado, o investimento ficou um pouco abaixo de 20%
do PIB, índice semelhante ao registrado no Brasil. Neste ano a
previsão é que fique em 21%.
"A economia vai crescer um
pouco menos nos próximos
anos", afirma Bour, destacando
que o atual nível de investimento
é compatível com uma expansão
de 3% a 4% ao ano, depois que
houver ocupação da capacidade
ociosa das empresas.
A inflação continua a ser um
dos principais problemas do governo Néstor Kirchner, que trava
uma queda-de-braço com as empresas para obrigá-las a congelar
seus preços. No ano passado, a inflação foi de 12,3%, índice que deve se repetir em 2006.
O governo tenta fechar acordos
com setores que destinam parte
de sua produção à exportação e
repassam para o mercado interno
os aumentos de preços no mercado externo. Kirchner decidiu em
março suspender por seis meses a
exportação de carne pelo país.
Ontem, o governo fechou acordo com o setor de eletrodomésticos para manter os preços inalterados até o fim do ano. Os exportadores de trigo aceitaram limitar
suas exportações, com o objetivo
de garantir o abastecimento do
mercado interno e evitar aumento nos preços do pão e da farinha.
A medida pode afetar o Brasil, já
que a Argentina é o maior fornecedor do produto aos brasileiros.
Alguns economistas vêem com
ceticismo esses instrumentos de
controle de preços, já que implicam forte intervenção do Estado
na economia e uma suspensão
das regras de mercado.
Texto Anterior: Tributação: Associação pede isenção de fundo de participações Próximo Texto: Publicidade: Seleção brasileira é considerada a mais atraente para patrocinadores Índice
|