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Carga tributária é maior limitador de investimento
Imposto é visto como maior problema por 49% dos industriais em sondagem da FGV
Empresários revelam maior disposição para elevar seus investimentos, e os juros altos perdem espaço
entre maiores problemas
CAMILA MARQUES
DA FOLHA ONLINE
A carga tributária é considerada o principal fator de limitação dos investimentos entre os
empresários. Segundo a Sondagem Conjuntura da Indústria
de Transformação, divulgada
ontem pela FGV (Fundação
Getulio Vargas), os tributos foram citados como limitação por
49% dos empresários ouvidos
-contra 45% há um ano.
O Brasil teve uma carga tributária acima de 35% do PIB
em 2006, uma das maiores entre países em desenvolvimento.
Em segundo lugar aparecem
"incertezas sobre a demanda",
com 32%, superior até ao item
"custo de financiamento" (juros altos), com 18%, que atingiu
em abril a menor freqüência da
série histórica, iniciada em 98.
Apesar disso, a pesquisa
constatou que a boa parte dos
empresários prevê investir
mais nos primeiros seis meses
deste ano do que no segundo
semestre do ano passado. Entre
os dias 2 a 30 de abril, a FGV
ouviu 1.075 empresas, distribuídas por 24 Estados, que representam quase R$ 500 bilhões em vendas.
De acordo com a Sondagem,
34% responderam que pretendem aumentar os investimentos na comparação com 2006,
enquanto 21% responderam
que devem reduzi-los.
O coordenador do levantamento, Aloisio Campelo, afirma que dois fatores explicam a
decisão de aumentar os investimentos: a confiança de que a
economia continuará estável e
a expectativa de que o país
manterá a trajetória de crescimento nos próximos anos.
"A indústria está começando
uma fase de aceleração mais
forte das taxas de crescimento,
mas não de forma explosiva como em outros anos, e com uma
realização de investimentos."
Para o segundo semestre, as
perspectivas também são favoráveis. Na comparação com o
que vem sendo investido no
primeiro semestre do ano, novamente 34% das empresas
disseram que prevêem investir
mais, e 14%, menos. A maior
parte dos empresários (52%)
aponta que deve estabilizar o
nível de investimentos.
Entre os empresários que
pretendem investir, 47% citaram como objetivo expandir a
capacidade de produção. A resposta "expandir a produtividade" foi citada por 31%, seguido
pelo item "substituição de máquinas e equipamentos", mencionado por 16%. A proporção
de empresas que dizem estar
"sem programa de investimentos" registrou o patamar mais
baixo da série: 6%.
De acordo com a FGV, os segmentos industriais que planejam investir mais no segundo
semestre de 2007, na comparação com o primeiro, são os de
vestuário e calçados (37% pretendem elevar os investimentos), mecânica (28%), química
(24%), papel e celulose (59%) e
metalúrgica (48%).
"Os empresários do setor calçadista e de vestuário, que no
primeiro semestre pretendiam
investir menos, reverteram a
tendência. A sinalização do governo de que vai prover medidas compensatórias ao câmbio
provocou essa reversão", explica Campelo.
O governo já anunciou que
pretende alterar, entre outros,
a contribuição patronal previdenciária para beneficiar setores intensivos de mão-de-obra
que sofrem com a valorização
do real. E o governo federal já
disse que elevará a tarifa de importação de têxteis e calçados.
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