DA REPORTAGEM LOCAL

Duas semanas após anunciar a retomada do controle acionário de quatro empresas do setor de hidrocarbonetos, o presidente da Bolívia, Evo Morales, disse ontem que prepara um ultimato para que empresas que exploram gás natural no país, inclusive a Petrobras, aumentem os investimentos.
"Se em um certo tempo [as petrolíferas] não investirem, vamos retomar essas áreas para que a [estatal boliviana] YPFB invista." Procurada, a assessoria da Petrobras não comentou as declarações.
A declaração de Morales surge em meio às dificuldades da Bolívia na tentativa de elevar os volumes de produção de gás.
A Petrobras, por exemplo, vem tentando retomar os investimentos na Bolívia, mas sem sucesso. Há cinco meses, o presidente Lula foi a La Paz e anunciou a retomada dos investimentos no país. Mas até o momento nada de concreto ocorreu.
Um dos empecilhos tem sido a francesa Total, dona do campo de Itaú, um dos maiores da Bolívia. A Petrobras não tem conseguido fechar acordo com a empresa.
Segundo analistas, Itaú é o único campo onde a produção pode realmente ser ampliada no curto prazo.
Um dos maiores prejudicados nesse impasse é a Argentina, que tem recebido apenas de 1,5 milhão a 2,5 milhões de metros cúbicos diários, apesar de seu contrato prever a entrega de 7,7 milhões de metros cúbicos/dia.