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Mantega admite chance de recessão no 1º tri
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que a economia do país pode ter encolhido no primeiro trimestre deste
ano. Se confirmado, o fato caracteriza a chamada recessão
técnica -quando uma economia permanece em contração
por dois trimestres seguidos.
No quarto trimestre, a economia encolheu 1,3% em relação a igual período de 2007. Em
relação ao terceiro trimestre de
2008, a contração foi de 3,6%.
O resultado oficial do IBGE
para o PIB sai em três semanas.
"Não tenho os dados, mas no
primeiro trimestre podem ter
sido negativos", diz Mantega.
Na quinta-feira passada,
Mantega havia admitido que a
economia brasileira pode ter
crescimento zero em 2009.
O ministro chegou a citar dados que atribuiu a bancos internacionais em que, segundo ele,
o PIB encolheria 0,5% nos três
primeiros meses do ano, mas
depois reforçou que não saberia o tamanho da contração.
Segundo o ministro, o país já
está com crescimento positivo.
"Estamos acelerando. Vamos
acelerar e chegar a 3% ou 4%
até o fim do ano". Para 2010,
Mantega diz que espera crescimento de 4% a 5%.
Mantega esteve no Rio para
participar do 21º Fórum Nacional, no BNDES. Organizado
anualmente pelo ex-ministro
do Planejamento João Paulo
dos Reis Velloso, o encontro
discutirá, até quinta, formas de
o país atingir a liderança mundial em áreas como energia e
biotecnologia depois da crise.
Mantega disse que o fato de
bancos americanos não estarem mais quebrando é um bom
sinal de que o pior já passou.
"Não quero dizer que a crise
acabou, mas estamos em um
momento melhor."
Segundo o ministro, um dos
sintomas de que a economia
brasileira vem reagindo são os
dados de empregos formais, divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho (leia à pág. B1).
Medidas
Em sua apresentação, o ministro afirmou que, depois da
crise, o Brasil era o segundo
país do mundo em termos de
capacidade de atrair investimentos, atrás da China. Antes,
disse, era o quarto da lista.
Entre as medidas anticrise
enumeradas, ressaltou o corte
da taxa básica de juros pelo
Banco Central. Em abril, a Selic
foi reduzida para 10,25% ao
ano. Em janeiro, estava em
13,75%. Ele citou ainda a redução de IPI e o pacote habitacional como estímulos relevantes.
O ministro concluiu dizendo
que a crise desenhará um novo
equilíbrio de forças no mundo.
"Não falo necessariamente de
um ciclo asiático, mas de uma
nova dinâmica, em que vejo o
enfraquecimento do dólar, da
libra e do iene e a valorização
das moedas dos emergentes."
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