São Paulo, terça-feira, 19 de maio de 2009

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Mantega admite chance de recessão no 1º tri

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que a economia do país pode ter encolhido no primeiro trimestre deste ano. Se confirmado, o fato caracteriza a chamada recessão técnica -quando uma economia permanece em contração por dois trimestres seguidos.
No quarto trimestre, a economia encolheu 1,3% em relação a igual período de 2007. Em relação ao terceiro trimestre de 2008, a contração foi de 3,6%.
O resultado oficial do IBGE para o PIB sai em três semanas. "Não tenho os dados, mas no primeiro trimestre podem ter sido negativos", diz Mantega.
Na quinta-feira passada, Mantega havia admitido que a economia brasileira pode ter crescimento zero em 2009.
O ministro chegou a citar dados que atribuiu a bancos internacionais em que, segundo ele, o PIB encolheria 0,5% nos três primeiros meses do ano, mas depois reforçou que não saberia o tamanho da contração.
Segundo o ministro, o país já está com crescimento positivo. "Estamos acelerando. Vamos acelerar e chegar a 3% ou 4% até o fim do ano". Para 2010, Mantega diz que espera crescimento de 4% a 5%.
Mantega esteve no Rio para participar do 21º Fórum Nacional, no BNDES. Organizado anualmente pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, o encontro discutirá, até quinta, formas de o país atingir a liderança mundial em áreas como energia e biotecnologia depois da crise.
Mantega disse que o fato de bancos americanos não estarem mais quebrando é um bom sinal de que o pior já passou. "Não quero dizer que a crise acabou, mas estamos em um momento melhor."
Segundo o ministro, um dos sintomas de que a economia brasileira vem reagindo são os dados de empregos formais, divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho (leia à pág. B1).

Medidas
Em sua apresentação, o ministro afirmou que, depois da crise, o Brasil era o segundo país do mundo em termos de capacidade de atrair investimentos, atrás da China. Antes, disse, era o quarto da lista.
Entre as medidas anticrise enumeradas, ressaltou o corte da taxa básica de juros pelo Banco Central. Em abril, a Selic foi reduzida para 10,25% ao ano. Em janeiro, estava em 13,75%. Ele citou ainda a redução de IPI e o pacote habitacional como estímulos relevantes.
O ministro concluiu dizendo que a crise desenhará um novo equilíbrio de forças no mundo. "Não falo necessariamente de um ciclo asiático, mas de uma nova dinâmica, em que vejo o enfraquecimento do dólar, da libra e do iene e a valorização das moedas dos emergentes."


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