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CONJUNTURA
Investimentos não sustentam PIB entre 6% e 7%, diz Setubal
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Os investimentos atuais
no Brasil não são suficientes
para sustentar o crescimento
do PIB (Produto Interno
Bruto) no patamar entre 6%
e 7% ao ano, afirmou ontem
o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal.
Em evento da Apex-Brasil
(Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), ele disse que o
atual nível de recursos é suficiente para manter uma expansão de cerca de 4% nos
próximos anos.
""Só vamos crescer em torno de 6%, 7% porque no ano
passado não crescemos nada.
Mas isso não é sustentável",
afirmou. O Itaú Unibanco revisou na semana passada sua
projeção de expansão do PIB
neste ano para 7,5%.
""Nós não temos poupança
pública nem investimentos
em infraestrutura suficientes para manter isso", disse.
Setubal afirmou que o governo precisa aumentar sua
poupança para elevar os investimentos, que, segundo
ele, são feitos hoje principalmente pelo setor privado.
Para o banqueiro, é importante desenvolver o mercado
de capitais no país. "O Brasil
teve grande número de IPOs
[oferta inicial de ações] no
ano passado, mas ainda assim muito do dinheiro que
vem daí é de estrangeiros, e
isso significa que o Brasil está usando dinheiro de fora
para se financiar", disse.
Pastore
Crescer a taxas mais elevadas nos próximos anos pode
trazer de volta o fantasma da
inflação. O alerta é de Affonso Celso Pastore, professor
da USP e ex-presidente do
Banco Central.
Pastore destacou, em palestra no 22º Fórum Nacional, que o país não tem condições de crescer, de forma
sustentada, acima de 4,5%
por ano no curto prazo.
"Continuar crescendo 7%
é procurar encrenca com a
inflação", afirmou.
Pastore afirmou que a economia, diante da já pequena
capacidade ociosa, pode se
expandir de forma temporária em ritmo mais forte. Nas
atuais condições, ressaltou, o
país continuará tendo ciclos
temporários de elevação da
atividade econômica.
(GIULIANA VALLONE E CIRILO JUNIOR)
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