|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa de SP recua 3,2% e volta ao nível de outubro
Temor sobre a economia europeia continua, e Bovespa acumula queda de 9,9% no mês
Dólar fecha cotado a R$ 1,82
e registra alta de 3% em
quatro dias; impacto da crise
europeia sobre commodities
provoca preocupações
EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
O euro tem sido a grande
"caixa de ressonância" dos temores de mercado sobre a Europa. Ontem, a moeda europeia
abalou as Bolsas e as demais
moedas, ao perder ainda mais
valor ante o dólar. No meio da
tarde, atingiu US$ 1,21, menor
cotação desde abril de 2006.
A perspectiva de que o continente europeu retome o crescimento a passo lento nos próximos anos atemoriza investidores, em fuga para o dólar, e derruba o valor de ações de mercados emergentes e commodities.
Um dos exemplos é o mercado brasileiro. Até ontem, o índice Ibovespa, que acompanha os
preços das ações, perdeu cerca
de 10 mil pontos ao longo de
um mês, à medida que investidores ficavam mais pessimistas
sobre a situação europeia.
A Bovespa (Bolsa de SP) encerrou o pregão de ontem em
queda de 3,22%. O Ibovespa recuou para 60.841 pontos, o menor de nível desde outubro. No
mês, acumula queda de 9,9%, e,
no ano, de 11,3%.
"Enquanto o mercado não tiver a real dimensão de como os
problemas da Europa vão afetar as commodities, as exportações dos emergentes e a economia global, não vai melhorar",
diz Álvaro Bandeira, da corretora de valores Ágora.
Tendência de baixa
Em relatório distribuído antes do fechamento de ontem,
analistas da Planner Corretora
apontavam 60 mil pontos como o próximo destino do índice, lembrando que a Bolsa subiu quase 83% em 2009, "o que
permite ao investidor, principalmente o estrangeiro, reduzir exposição e ainda lucrar".
Nos EUA, a Bolsa de Nova
York registrou baixa de 1,08%,
pelo índice Dow Jones.
Os mercados europeus escaparam das perdas generalizadas porque fecharam antes que
o desânimo dos investidores
piorasse, no início da tarde. A
Bolsa londrina subiu 0,85%; a
de Frankfurt, 1,46%.
O dólar chegou a cair para R$
1,78, mas depois subiu e fechou
a R$ 1,822, em alta de 0,55%.
Em quatro dias, a cotação da
moeda subiu quase 3%.
À tarde, houve alguma piora.
Gerou apreensão nos mercados
a notícia de que órgãos reguladores alemães querem banir,
ao menos parcialmente, as vendas a descoberto (quando um
operador vende um papel que
não possui, esperando que seu
preço caia para, depois, comprá-lo com lucro).
A proibição vem em meio à
discussão na Europa sobre impor barreiras regulatórias à especulação, apontada por políticos como um motivos que
acentuaram a crise grega.
Texto Anterior: Congresso: Câmara aprova perdão de dívida rural e incentivo à informática Próximo Texto: Participação nos lucros poderá ter IR exclusivo Índice
|