São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2010

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Bolsa de SP recua 3,2% e volta ao nível de outubro

Temor sobre a economia europeia continua, e Bovespa acumula queda de 9,9% no mês

Dólar fecha cotado a R$ 1,82 e registra alta de 3% em quatro dias; impacto da crise europeia sobre commodities provoca preocupações

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O euro tem sido a grande "caixa de ressonância" dos temores de mercado sobre a Europa. Ontem, a moeda europeia abalou as Bolsas e as demais moedas, ao perder ainda mais valor ante o dólar. No meio da tarde, atingiu US$ 1,21, menor cotação desde abril de 2006.
A perspectiva de que o continente europeu retome o crescimento a passo lento nos próximos anos atemoriza investidores, em fuga para o dólar, e derruba o valor de ações de mercados emergentes e commodities.
Um dos exemplos é o mercado brasileiro. Até ontem, o índice Ibovespa, que acompanha os preços das ações, perdeu cerca de 10 mil pontos ao longo de um mês, à medida que investidores ficavam mais pessimistas sobre a situação europeia.
A Bovespa (Bolsa de SP) encerrou o pregão de ontem em queda de 3,22%. O Ibovespa recuou para 60.841 pontos, o menor de nível desde outubro. No mês, acumula queda de 9,9%, e, no ano, de 11,3%.
"Enquanto o mercado não tiver a real dimensão de como os problemas da Europa vão afetar as commodities, as exportações dos emergentes e a economia global, não vai melhorar", diz Álvaro Bandeira, da corretora de valores Ágora.

Tendência de baixa
Em relatório distribuído antes do fechamento de ontem, analistas da Planner Corretora apontavam 60 mil pontos como o próximo destino do índice, lembrando que a Bolsa subiu quase 83% em 2009, "o que permite ao investidor, principalmente o estrangeiro, reduzir exposição e ainda lucrar".
Nos EUA, a Bolsa de Nova York registrou baixa de 1,08%, pelo índice Dow Jones.
Os mercados europeus escaparam das perdas generalizadas porque fecharam antes que o desânimo dos investidores piorasse, no início da tarde. A Bolsa londrina subiu 0,85%; a de Frankfurt, 1,46%.
O dólar chegou a cair para R$ 1,78, mas depois subiu e fechou a R$ 1,822, em alta de 0,55%. Em quatro dias, a cotação da moeda subiu quase 3%.
À tarde, houve alguma piora. Gerou apreensão nos mercados a notícia de que órgãos reguladores alemães querem banir, ao menos parcialmente, as vendas a descoberto (quando um operador vende um papel que não possui, esperando que seu preço caia para, depois, comprá-lo com lucro).
A proibição vem em meio à discussão na Europa sobre impor barreiras regulatórias à especulação, apontada por políticos como um motivos que acentuaram a crise grega.


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