São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2010

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Bank of America vai se desfazer de ações no Itaú

Venda da participação pode render mais de R$ 8 bi à instituição norte-americana

BofA entrou no capital do Itaú em 2006, ao vender as operações do BankBoston no Brasil em troca de papéis do grupo brasileiro

DA REUTERS

O Bank of America vai se desfazer de sua participação acionária no Itaú Unibanco, quatro anos após ter ingressado no capital do banco brasileiro.
Com base no preço de fechamento das ações do Itaú Unibanco ontem, a venda das ações preferenciais e ordinárias (com direito a voto) do banco brasileiro pelo BofA renderia R$ 8,16 bilhões à instituição norte-americana.
Ao todo, a fatia do Itaú Unibanco que está sendo alienada pelo BofA fica em torno de 5,4% do capital total.
Conforme comunicado (fato relevante) do maior banco privado do país, o BofA venderá as 188.424.758 ações preferenciais que tem no Itaú Unibanco, equivalentes a 8,4% do total das ações sem direito a voto.
A operação também envolve as 56.476.299 ações ordinárias do Itaú Unibanco detidas pelo BofA, que representam cerca de 2,5% dos papéis dessa classe.
As ações preferenciais serão vendidas em oferta secundária destinada a investidores qualificados, com expectativa de conclusão até o final do mês, enquanto as ordinárias serão adquiridas pela Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco.
Com a compra das ações ordinárias, a fatia direta e indireta da Itaúsa no capital social do Itaú Unibanco subirá dos atuais 35,43% para 36,68%.
"Com a efetivação das transações, deixarão de vigorar os direitos do BofA de indicação de um membro do Conselho de Administração do Itaú Unibanco", conforme trecho do documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Em maio de 2009, o vice-presidente-executivo e diretor de Relações com Investidores do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal, já acenava com a possível saída do BofA do capital.
Na época, ele afirmou que grandes investidores tinham manifestado intenção de comprar ações do Itaú Unibanco caso fossem colocadas à venda pelo BofA, acrescentando que o grupo brasileiro tinha direito de preferência para aquisição.

Divórcio
O BofA entrou no capital do Itaú em maio de 2006, ao vender as operações no BankBoston no Brasil em troca de novas ações preferenciais do Itaú.
Naquele mesmo mês, o BofA transferiu os ativos do BankBoston no Chile e no Uruguai ao Itaú, que emitiu ações ordinárias em favor da instituição financeira dos Estados Unidos.
Em meio à crise de crédito deflagrada em 2008 nos EUA, o BofA tomou US$ 45 bilhões em empréstimos do governo norte-americano. Em dezembro passado, o BofA realizou uma emissão bilionária em instrumentos equivalentes a ações para ajudar a pagar os financiamentos do Tesouro dos EUA.


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