São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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Fundo elogia Brasil, mas critica dívida e inflação

DE WASHINGTON

Ao aprovar ontem a terceira revisão de seu acordo com o Brasil, o FMI (Fundo Monetário Internacional) elogiou de forma enfática a condução da política econômica no país. No entanto, fez alertas sobre a inflação nos últimos 12 meses, sobre a fatia da dívida pública atrelada aos juros e ao dólar.
O país recebeu um empréstimo de US$ 15,7 bilhões do Fundo em setembro de 2001. Segundo comunicado divulgado ontem pelo FMI, o Brasil foi autorizado a sacar US$ 4,8 bilhões desse valor, que se somam a US$ 5,2 bilhões que já estavam disponíveis, mas não haviam sido sacados.
A vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, disse que o desempenho econômico do Brasil permanece "sólido", tendo o país atingido todos os critérios de desempenho no final de março, "embora a inflação medida em 12 meses tenha permanecido acima dos níveis do programa".
Krueger disse ainda que "as autoridades precisam continuar trabalhando para reduzir a necessidade de financiamento externo do Brasil e as necessidades de financiamento do setor público".
Krueger elogiou a decisão do governo brasileiro de aumentar a meta de superávit primário e o aumento do depósito compulsório dos bancos, decisão que, para ela, "deverá dar apoio ao real".
Na opinião da vice-diretora, a recompra da dívida externa deverá ajudar empresas brasileiras que procurem acessar o mercado de capitais internacional.
A única preocupação demonstrada por alguns diretores do Fundo foi quanto à redução para US$ 15 bilhões do piso das reservas líquidas internacionais solicitada pelo país. (MARCIO AITH)


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