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Fundo elogia Brasil, mas critica
dívida e inflação
DE WASHINGTON
Ao aprovar ontem a terceira revisão de seu acordo com o Brasil,
o FMI (Fundo Monetário Internacional) elogiou de forma enfática a condução da política econômica no país. No entanto, fez alertas sobre a inflação nos últimos 12
meses, sobre a fatia da dívida pública atrelada aos juros e ao dólar.
O país recebeu um empréstimo
de US$ 15,7 bilhões do Fundo em
setembro de 2001. Segundo comunicado divulgado ontem pelo
FMI, o Brasil foi autorizado a sacar US$ 4,8 bilhões desse valor,
que se somam a US$ 5,2 bilhões
que já estavam disponíveis, mas
não haviam sido sacados.
A vice-diretora-gerente do FMI,
Anne Krueger, disse que o desempenho econômico do Brasil permanece "sólido", tendo o país
atingido todos os critérios de desempenho no final de março,
"embora a inflação medida em 12
meses tenha permanecido acima
dos níveis do programa".
Krueger disse ainda que "as autoridades precisam continuar trabalhando para reduzir a necessidade de financiamento externo
do Brasil e as necessidades de financiamento do setor público".
Krueger elogiou a decisão do
governo brasileiro de aumentar a
meta de superávit primário e o
aumento do depósito compulsório dos bancos, decisão que, para
ela, "deverá dar apoio ao real".
Na opinião da vice-diretora, a
recompra da dívida externa deverá ajudar empresas brasileiras que
procurem acessar o mercado de
capitais internacional.
A única preocupação demonstrada por alguns diretores do
Fundo foi quanto à redução para
US$ 15 bilhões do piso das reservas líquidas internacionais solicitada pelo país.
(MARCIO AITH)
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