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Para Lessa, empresários ainda
estão inseguros sobre crescimento
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou que os grandes empresários estão inseguros quanto
ao crescimento do país e, por isso,
não apresentam projetos.
"Os projetos das grandes empresas são tímidos ainda. Das pequenas e médias, não. Recursos
há", disse, para explicar, então,
qual o motivo de haver poucos
projetos: "As restrições não são
pelos recursos. É que o empresário só entra com projeto de ampliação quando está certo de que
o mercado vai crescer. O grande
empresário quer se certificar de
que a economia vai crescer mesmo. Digamos que o grande empresário tem de ser prudente, tem
a obrigação de ser prudente. Olha
tudo com uma certa cautela".
"A indústria de cimento, por
exemplo, tem ociosidade de 30%
da sua capacidade de produção, e
não temos projetos nessa área",
completou Lessa, que falou ontem sobre "arranjos produtivos
locais" em evento na Fiergs (Federação das Indústrias do Estado
do Rio Grande do Sul).
O presidente do BNDES disse,
ainda, que, para o banco, "o céu é
o limite". "O BNDES é um banco
muito sólido e tem imensa capacidade de alavancagem de recursos.
Para este ano, temos um orçamento de R$ 47 bilhões. Somos
maiores que o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e
vamos passar o Bird (Banco Mundial) no ano que vem", disse.
A respeito da polêmica entre
Brasil e China sobre a soja, Lessa
reforçou a tese de que os chineses
se amparam em supostas misturas de sementes contaminadas
com fungicidas a grãos sadios para baixar os preços do produto.
Questionado se haveria algum
estudo do BNDES para atenuar os
prejuízos causados pela China ao
recusar cargas brasileiras do grão,
ele afirmou: "A informação que
temos é que se trata de uma batalha de natureza comercial. O Brasil tinha contratos bem estruturados para exportação de soja. Como há uma tendência de baixa
nos preços da soja, o governo chinês acentuou essa queda, fazendo
um exame mais rigoroso [do produto brasileiro]."
Vinícola Aurora
Lessa anunciou que o BNDES
concordou em renegociar a dívida mantida pela Cooperativa Vinícola Aurora. As condições foram acertadas em 17 anos, com
pagamentos de parcelas anuais
corrigidas pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). A Aurora é
responsável por cerca de 12% da
produção nacional de vinhos deve R$ 3,3 milhões só ao BNDES.
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