São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Inflação pelo IGP-10 tem maior elevação desde fevereiro de 2003

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) subiu 1,96% neste mês, a maior alta desde fevereiro de 2003, quando o índice subira 2,42%, informou ontem a FGV (Fundação Getulio Vargas). A alta foi espalhada entre os três setores pesquisados (preços no atacado, ao consumidor e para a construção civil), com destaque para o feijão, bovinos e para o custo de mão-de-obra na construção civil.
No ano, o IGP-10 acumula alta de 6,51%, e, nos últimos 12 meses, chega a 12,71%.
Os preços no atacado aumentaram 2,21%, depois de alta de 1,91% no mês passado. O destaque de alta foi o feijão, que subiu 20,95%, depois de queda de 9,89% em maio. No ano, o feijão acumula queda de 3,74%, mas, nos últimos 12 meses, tem aumento de 145%. Os ovos subiram 12,33%, após queda de 10,13% no mês passado.
Para o consumidor, cuja inflação teve alta de 0,93% -ante 0,67% em maio- houve influência de produtos "in natura", como a cenoura (23,67%), batata-inglesa (18,63%) e tomate (11,09%). O arroz subiu 18,27%, enquanto a carne bovina registrou elevação de 5,14%.
Os preços medidos pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) aumentaram 2,66%, após alta de 0,85% em maio. É a maior elevação desde junho de 2003, quando o índice havia subido 3,20%. O custo de mão-de-obra, com aumento de 3,69%, teve influência decisiva nesse resultado, devido a reajustes salariais em Fortaleza, Brasília, Goiânia, Florianópolis e São Paulo.
Para Salomão Quadros, economista da FGV, a inflação medida pelo IGP (Índice Geral de Preços) está chegando ao pico, e deve se desacelerar daqui para a frente, ainda que se mantenha em patamares mais altos do que no passado recente.
Ele disse que a alta de alguns produtos, como minério de ferro, arroz e derivados de grãos, ao longo dos últimos meses, está perdendo força, e a desaceleração desses itens terá impacto maior do que a alta de outros.
"Tenho a impressão de que estamos chegando a um momento de pico nos IPCs. Há várias pressões que não devem se repetir. Não é que não venham outras. Mas, de modo geral, o impacto maior será de produtos que vão se desacelerar."
Quadros ressaltou que a inflação está se mostrando mais resistente e que, diante disso, o Banco Central terá que continuar elevando a taxa de juros.


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