São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Dispensado por senadores, advogado diz que não prestará novo depoimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição dispensou ontem o advogado Roberto Teixeira de depor na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. Compadre do presidente Lula, ele foi acusado por Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil, de atuar de forma "imoral" e "ilegal" na venda da Varig e da VarigLog.
Os sócios brasileiros da Va- rigLog, que também seriam ouvidos, não compareceram. Alegaram que precisariam estar em São Paulo para acompanhar julgamento de agravo relativo ao caso -no qual não há necessidade da presença das partes. A oposição considerou que seria dar palanque para Teixeira ouvi-lo de forma isolada.
"Para que ouvi-lo, para prevalecer apenas a versão dele? Correríamos o risco de ele nunca mais voltar alegando que já tinha falado tudo", disse o líder do DEM, senador Agripino Maia (RN), autor da proposta.
Teixeira, que levou ao Senado mala maior do que a de Denise Abreu, também repleta de documentos, não pôde apresentar os papéis. Ele disse que não pretende aceitar novo convite da comissão e que havia preparado uma transparência para apresentar sua versão dos fatos. "Entendo que já estou prestando [à imprensa] todas as informações necessárias. Imaginei uma situação melhor, sentado, tomando água ou coisa parecida", disse aos jornalistas, ao deixar o Senado.
Nas 27 páginas que iria apresentar, Teixeira nega ter "obtido qualquer apoio político para exercer" sua atividade e diz que Marco Audi, um dos ex-sócios da VarigLog, e Denise Abreu mentiram nas suas acusações.
Orientada pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a base aliada não compareceu na comissão. "A gente não tem nada a ver com essa relação comercial. O Senado não deveria tratar desse assunto", disse. A exceção foram os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Delcídio Amaral (PT-MT), que votaram a favor de adiar o depoimento, embora tenham ponderado que Teixeira poderá não voltar mais.
O presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB-GO), recusou-se a marcar nova audiência pública para a próxima semana por causa "das festas de São João". Nova tentativa deve ser feita em 2 de julho.
(ANDREZA MATAIS e FERNANDA ODILLA)


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