|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Decisão do BC não afeta juro de crediário
GEORGIA NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL
O corte da taxa básica de juros, a
Selic, não deve ter impacto imediato nos juros cobrados do consumidor. Segundo Roberto Luis
Troster, economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira das
Associações de Bancos), a tendência é que as taxas caiam, mas
não no curto prazo.
O principal fator para a demora
do efeito da queda da Selic para o
consumidor é que a composição
das taxas incorpora outros fatores, como o risco de inadimplência e o lucro das instituições.
"Quando a Selic sobe, a elevação
das taxas ao consumidor é imediata. Mas, quando há queda, os
bancos são mais criteriosos, avaliando o comportamento do consumidor, do mercado e da concorrência", diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da
Anefac (Associação Nacional dos
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
A Anefac faz uma projeção de
redução nas taxas (veja quadro
nesta página), considerando que
a queda do juros será totalmente
repassada para o consumidor.
Mas esse repasse não deve ser
imediato e pode nem acontecer.
Para as financiadoras Losango e
Fininvest, a Selic tem uma influência muito pequena na composição dos juros e o entrave para
a redução é a inadimplência.
Segundo Boanerges Ramos
Freire, da Partner, consultoria especializada em serviços de crédito
ao consumidor, a inadimplência,
que era de 11,7% em maio de 2001,
subiu para 15,2%, considerando
pessoas que estão com pagamentos atrasados há mais de 15 dias.
Para Freire, a baixa concorrência no setor e os lucros auferidos
pelos bancos e financiadoras também são fatores importantes que
dificultam a diminuição das taxas atualmente praticadas.
Texto Anterior: Número dois do Fundo vem ao Brasil Próximo Texto: Negócios: Para analista, ação da CSN estaria 50% mais barata Índice
|