São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 2006

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Brasil é o 3º em criação de cavalos no mundo

País tem 5,9 mi de cabeças, atrás de China e México, e é o 5º maior exportador da carne

Setor, responsável por 641 mil empregos diretos, reclama de falta de incentivo do governo, como linhas de crédito

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pesquisa encomendada pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) sobre a eqüinocultura aponta que o Brasil conta com a terceira maior manada do mundo, com 5,9 milhões de cabeças -atrás apenas de China e México- e é o quinto maior exportador de carne de cavalo.
De acordo com a CNA, o setor é responsável por 641 mil empregos diretos e cerca de 2,5 milhões de postos indiretos de trabalho. O problema, para a entidade, é que não há políticas de incentivo. Por exemplo, o Brasil não possui nenhum terminal de cargas vivas para facilitar a exportação e a importação de cavalos vivos, e não há linhas de crédito para financiar investimentos.
"Quando o investidor diz que o negócio é relacionado a cavalos, os bancos geralmente não concedem empréstimo, porque são atividades que não são muito divulgadas. Nem nós sabíamos que era uma área tão importante", disse o vice-presidente-executivo da CNA e presidente da Comissão Nacional do Cavalo, Pio Guerra.
Embora o Brasil tenha sido identificado como o quinto exportador de carne de cavalo, as exportações são residuais. No ano passado, foram exportados US$ 34 milhões. Há apenas sete indústrias, todas multinacionais, que abatem cavalos. Segundo Guerra, são abatidos apenas animais velhos, que já não servem mais para a prática de esportes ou para transporte.
Durante a pesquisa, realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP), não foi identificada nenhuma criação exclusiva para abate. Também não foram identificados muitos mercados consumidores de carne de cavalo. O Brasil exporta para Bélgica, Holanda e Itália. No Brasil, apenas o Rio Grande do Sul consome carne de cavalo.
De acordo com Guerra, outras atividades movimentam a economia do setor, como leilões, comércio de couro, seguros, exposições, esportes e eqüinoterapia.
Segundo ele, há um projeto de lei tramitando no Congresso que propõe a inclusão desse tipo de terapia nos tratamentos custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Atualmente, há 231 centros de eqüinoterapia no país. "Esse é um setor que vai crescer, não só pelas terapias, mas também por causa do aumento do turismo eqüestre", disse Guerra.
A CNA não pretende enviar nenhuma lista de reivindicações para o governo, por enquanto, porque ainda está mapeando as necessidades do setor e pretende primeiro organizar a cadeia produtiva para aproveitar as oportunidades identificadas.


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