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Brasil é o 3º em criação de cavalos no mundo
País tem 5,9 mi de cabeças, atrás de China e México, e é o 5º maior exportador da carne
Setor, responsável por
641 mil empregos diretos, reclama de falta de incentivo do governo,
como linhas de crédito
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisa encomendada pela
CNA (Confederação Nacional
da Agricultura) sobre a eqüinocultura aponta que o Brasil
conta com a terceira maior manada do mundo, com 5,9 milhões de cabeças -atrás apenas
de China e México- e é o quinto maior exportador de carne
de cavalo.
De acordo com a CNA, o setor é responsável por 641 mil
empregos diretos e cerca de 2,5
milhões de postos indiretos de
trabalho. O problema, para a
entidade, é que não há políticas
de incentivo. Por exemplo, o
Brasil não possui nenhum terminal de cargas vivas para facilitar a exportação e a importação de cavalos vivos, e não há linhas de crédito para financiar
investimentos.
"Quando o investidor diz que
o negócio é relacionado a cavalos, os bancos geralmente não
concedem empréstimo, porque
são atividades que não são muito divulgadas. Nem nós sabíamos que era uma área tão importante", disse o vice-presidente-executivo da CNA e presidente da Comissão Nacional
do Cavalo, Pio Guerra.
Embora o Brasil tenha sido
identificado como o quinto exportador de carne de cavalo, as
exportações são residuais. No
ano passado, foram exportados
US$ 34 milhões. Há apenas sete
indústrias, todas multinacionais, que abatem cavalos. Segundo Guerra, são abatidos
apenas animais velhos, que já
não servem mais para a prática
de esportes ou para transporte.
Durante a pesquisa, realizada
pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da
Universidade de São Paulo
(USP), não foi identificada nenhuma criação exclusiva para
abate. Também não foram
identificados muitos mercados
consumidores de carne de cavalo. O Brasil exporta para Bélgica, Holanda e Itália. No Brasil, apenas o Rio Grande do Sul
consome carne de cavalo.
De acordo com Guerra, outras atividades movimentam a
economia do setor, como leilões, comércio de couro, seguros, exposições, esportes e
eqüinoterapia.
Segundo ele, há um projeto
de lei tramitando no Congresso
que propõe a inclusão desse tipo de terapia nos tratamentos
custeados pelo SUS (Sistema
Único de Saúde). Atualmente,
há 231 centros de eqüinoterapia no país. "Esse é um setor
que vai crescer, não só pelas terapias, mas também por causa
do aumento do turismo eqüestre", disse Guerra.
A CNA não pretende enviar
nenhuma lista de reivindicações para o governo, por enquanto, porque ainda está mapeando as necessidades do setor e pretende primeiro organizar a cadeia produtiva para
aproveitar as oportunidades
identificadas.
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