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São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2003

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CRISE NO AR

Roberto Macedo é demitido; novo comando atuará até fusão com a TAM

Comitê de vices vai dirigir a Varig

DA SUCURSAL DO RIO

A Varig anunciou ontem a demissão do executivo Roberto Macedo da sua presidência. A empresa informou também que um comitê executivo de três membros, todos com cargos de vice-presidentes, irá dirigir a empresa durante o processo de fusão com a TAM. A empresa informou que possui um "plano B" para o caso de a fusão não chegar a ocorrer.
A mudança de comando foi a quarta feita pela empresa desde junho do ano passado, quando o ex-ministro da Infra-Estrutura (governo Collor) Ozires Silva deixou o cargo de presidente, substituído por Arnin Lore.
No final do ano, Lore deu lugar a Manuel Guedes, que neste ano perdeu o cargo para Macedo, agora substituído pelo comitê formado por Luiz Martins (coordenador do comitê e vice-presidente operacional), Luiz Fernando Wellisch (vice-presidente financeiro) e Alberto Fajerman (vice-presidente comercial).

Órgãos afinados
Segundo Joaquim Santos, presidente do Conselho de Administração da Varig, a mudança foi feita para que "todos os órgãos da empresa estejam afinados com a diretriz estratégica [fusão] do controlador". Martins vai coordenar o comitê executivo e é o presidente do Conselho de Curadores da FRB (Fundação Ruben Berta), controladora da Varig.
Santos disse que a fusão entre a Varig e a TAM, aprovada formalmente pela FRB no dia 2 deste mês, pode ser efetivada ainda neste ano, mas admitiu que ela corre riscos, incluindo "interferências externas com os agentes financeiros [credores da Varig]".
Ele explicou estar referindo-se aos esforços que a Apvar (Associação dos Pilotos da Varig) vem fazendo para convencer empregados e credores da Varig de que a fusão não é a única opção.
Apesar de dizer que o objetivo da empresa é levar a fusão adiante, Santos disse também que "nunca se traça um plano sem uma alternativa", referência ao chamado "plano B" para o caso de a fusão não se viabilizar. Mas não quis dar detalhes sobre o que viria a ser esse novo plano.

Supremo nega pedido
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes negou seguimento ao mandado de segurança pelo qual o grupo de dirigentes da Varig contrário à fusão com a TAM pretendia obter proibição judicial contra o risco alegado de intervenção do governo na companhia aérea.
A ação foi movida em julho último pela FRB-Par Investimentos e tinha pedido de liminar para afastar esse suposto risco. Na época, o presidente do STF, ministro Maurício Corrêa, pediu informações ao presidente Lula.
Relator da ação, Mendes mandou arquivá-la, porque considerou que não havia provas da intenção do governo de intervir.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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