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TRABALHO
Salário do trabalhador recuou em 12 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE
Renda média na indústria cai 6,5%
JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A queda na produção industrial
empurrou os salários do setor ladeira abaixo. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento
médio do trabalhador da indústria recuou 4% em junho ante o
mesmo mês de 2002, já descontada a inflação do período.
De janeiro a junho, o indicador
acumula queda de 6,5% em comparação a igual período de 2002.
Segundo o instituto, o emprego
industrial caiu 0,6% em junho,
ante o mesmo mês de 2002. Comparado a maio deste ano, o indicador recuou 0,1% -a quinta queda mensal consecutiva. Esse dado
já considera ajustes sazonais.
"O nível de emprego e salário
segue afetado pela retração da atividade produtiva. As atividades
mais voltadas para o mercado interno são as mais prejudicadas",
diz o economista do Departamento de Indústria do instituto
André Macedo.
No início deste mês, o IBGE divulgou que a produção industrial
havia recuado 2,6% em junho, na
comparação com maio.
Das 14 regiões pesquisadas pelo
IBGE, em 12 houve queda na renda real média do trabalhador, na
comparação com o mesmo mês
do ano anterior. Só no Ceará e no
Espírito Santo ocorreram altas de
2,6% e 1,6%, respectivamente.
A pior taxa foi constatada no
Rio de Janeiro (-9,3%). Em São
Paulo, que responde por 40% do
índice nacional, o recuo na renda
foi de 3,8%.
"A queda ocorre principalmente nos setores mais voltados para
o mercado interno, como o de
máquinas e equipamentos eletroeletrônicos", exemplifica o
economista do IBGE.
"A retração do consumo da população brasileira, a queda na
renda, o crédito escasso e os juros
altos contribuem para o agravamento do quadro", completa.
A boa notícia é que começa a
haver desaceleração na queda da
renda do trabalhador industrial.
Em maio deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano
passado, o rendimento médio havia recuado 6,4%.
"Em junho, a queda já foi menor (-4%). Aqui, podemos notar
os efeitos dos pequenos movimentos de deflação registrados
nas últimas pesquisas, o que atenua o quadro mais negativo da folha de pagamento", observa Macedo.
A tendência, segundo o economista, é que os níveis salariais melhorem à medida que a inflação se
estabilize.
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