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São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2003

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TRABALHO

Salário do trabalhador recuou em 12 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE

Renda média na indústria cai 6,5%

JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A queda na produção industrial empurrou os salários do setor ladeira abaixo. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento médio do trabalhador da indústria recuou 4% em junho ante o mesmo mês de 2002, já descontada a inflação do período.
De janeiro a junho, o indicador acumula queda de 6,5% em comparação a igual período de 2002.
Segundo o instituto, o emprego industrial caiu 0,6% em junho, ante o mesmo mês de 2002. Comparado a maio deste ano, o indicador recuou 0,1% -a quinta queda mensal consecutiva. Esse dado já considera ajustes sazonais.
"O nível de emprego e salário segue afetado pela retração da atividade produtiva. As atividades mais voltadas para o mercado interno são as mais prejudicadas", diz o economista do Departamento de Indústria do instituto André Macedo.
No início deste mês, o IBGE divulgou que a produção industrial havia recuado 2,6% em junho, na comparação com maio.
Das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, em 12 houve queda na renda real média do trabalhador, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Só no Ceará e no Espírito Santo ocorreram altas de 2,6% e 1,6%, respectivamente.
A pior taxa foi constatada no Rio de Janeiro (-9,3%). Em São Paulo, que responde por 40% do índice nacional, o recuo na renda foi de 3,8%.
"A queda ocorre principalmente nos setores mais voltados para o mercado interno, como o de máquinas e equipamentos eletroeletrônicos", exemplifica o economista do IBGE.
"A retração do consumo da população brasileira, a queda na renda, o crédito escasso e os juros altos contribuem para o agravamento do quadro", completa.
A boa notícia é que começa a haver desaceleração na queda da renda do trabalhador industrial. Em maio deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o rendimento médio havia recuado 6,4%.
"Em junho, a queda já foi menor (-4%). Aqui, podemos notar os efeitos dos pequenos movimentos de deflação registrados nas últimas pesquisas, o que atenua o quadro mais negativo da folha de pagamento", observa Macedo.
A tendência, segundo o economista, é que os níveis salariais melhorem à medida que a inflação se estabilize.


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