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RECEITA ORTODOXA
Copom justifica a decisão de deixar a taxa básica em 16% ao ano com base na perspectiva de alta da inflação
BC mantém os juros pelo 4º mês seguido
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por mais um mês, os juros básicos da economia continuarão em
16% ao ano, mesmo patamar em
que se encontram desde abril. A
manutenção da taxa Selic foi decidida ontem pelo Copom (Comitê
de Política Monetária), colegiado
formado pelos diretores e pelo
presidente do Banco Central.
"Tendo em vista as perspectivas
para a trajetória da inflação, o Copom decidiu, por unanimidade,
manter a taxa Selic em 16% ao
ano", informou o BC em nota.
A manutenção dos juros já era
esperada por analistas de mercado. Pesquisa feita pelo BC na semana passada mostrou que a expectativa de bancos e empresas de
consultoria é que a taxa não baixe
antes de fevereiro de 2005.
No mês passado, o BC já havia
informado que o comportamento
da inflação justificaria a manutenção dos juros por um "período
prolongado". Um aumento dos
juros também não foi descartado,
caso se observe, nas palavras dos
diretores do BC, um "cenário de
divergência entre a inflação projetada e a trajetória das metas".
Entre janeiro e julho, a inflação
medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou
em 4,42%. A meta deste ano foi fixada em 5,5%, admitindo-se um
desvio de 2,5 pontos percentuais.
A expectativa do mercado, segundo o BC, é que a inflação chegue a 7,16% -próximo, portanto,
dos 8% previstos pelo teto da meta. A alta do petróleo no mercado
externo é um dos fatores que
ameaçam o controle dos preços.
Nas últimas semanas, a cotação
do barril do petróleo tem se mantido em níveis recordes, o que pode fazer com que o preço dos
combustíveis seja reajustado no
Brasil. Analistas estimam que a
defasagem entre os preços praticados no país e no mercado internacional justificaria um aumento
de 20% na gasolina, o que teria
impacto de aproximadamente 0,9
ponto percentual no IPCA.
O pessimismo do mercado em
relação à inflação de 2005 também é citado pelo BC como razão
para a manutenção dos juros. A
previsão é que o IPCA suba 5,5%
em 2005, período para o qual a
meta foi fixada em 4,5%, também
com margem de 2,5 pontos.
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