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ENERGIA
Valor nominal é o mais alto de todas as rodadas de licitação da ANP; Petrobras arremata principais áreas
Leilão de petróleo arrecada R$ 665 mi
GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO
HUMBERTO MEDINA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A 6ª Rodada de Licitações da
ANP (Agência Nacional do Petróleo) de áreas de exploração de
óleo e gás arrecadou R$ 665 milhões, recorde de todos os leilões,
que tiveram início em 1999, após a
quebra do monopólio do petróleo. A Petrobras foi a empresa que
mais arrematou áreas. Foi responsável por 65,7% do total, com
R$ 437 milhões.
O leilão mostrou que as grandes
empresas petrolíferas mundiais
dependem da estatal brasileira
para a exploração de óleo no Brasil. Das oito empresas estrangeiras com faturamento superior a
US$ 10 bilhões ao ano credenciadas para o leilão da ANP, apenas
uma não se consorciou com a Petrobras na 6ª Rodada: a sul-coreana SK Corporation.
Das 27 associações com participação das grandes estrangeiras,
24 foram com a Petrobras. Todos
os blocos de petróleo e gás ganhos
pelas norte-americanas Shell e
Epic (Grupo El Paso) e pela espanhola Repsol foram em parceria
com a Petrobras.
O mesmo aconteceu com a norueguesa Statoil, que, no entanto,
foi a única das grandes a arrematar sozinha um bloco, na bacia de
Camamu-Almada (BA). A canadense EnCana levou oito blocos,
dos quais sete em consórcio com
a estatal brasileira.
Dados valiosos
"Qualquer companhia que
queira vir ao Brasil não vai se
aventurar sem se associar com a
Petrobras. Temos o banco de dados de petróleo no país", afirmou
o gerente-executivo de Exploração e Produção da Petrobras,
Francisco Nepomuceno Filho.
"A Shell tem muitos dados, mas
a Petrobras tem muito mais", disse o vice-presidente de Exploração e Produção da Shell, John Honey. "A Petrobras conhece mais
os campos brasileiros, por isso é
sempre bom se associar a ela",
afirmou o presidente da Repsol
no Brasil, João Carlos de Luca.
Apesar de credenciadas, a francesa Total e a norte-americana
Amerada Hess, que também faturam mais de US$ 10 bilhões ao
ano, não mostraram interesse pelas licitações e não compraram
nenhum bloco.
Resultados
De um total de 913 blocos oferecidos em dois dias de leilão, realizados no Rio de Janeiro, 154 foram licitados (16,9%), dos quais
89 em terra e 65 em mar.
Antes desse leilão, a 3ª Rodada,
ocorrida em 2001, era a que tinha
obtido a maior arrecadação, com
R$ 594 milhões. A ANP calcula
que, só com o cumprimento dos
planos de investimento apresentados, os compradores gastarão
aproximadamente R$ 2 bilhões.
O resultado da 6ª Rodada de Licitações, no entanto, não é o
maior em dólar, por causa da desvalorização do real.
A maior arrecadação em dólar
aconteceu na segunda rodada, em
2000, quando foram pagos US$
261,7 milhões por 21 blocos. Na
rodada finalizada ontem, foram
US$ 221,8 milhões.
O maior preço pago foi por um
bloco da bacia do Espírito Santo
em mar, considerada de elevado
potencial de petróleo e gás. Foi
comprado por R$ 82,3 milhões
pelo consórcio da Petrobras com
a Shell.
Os blocos de elevado potencial,
aliás, foram as vedetes do leilão,
com a arrecadação de R$ 554,4
milhões (83,3% do total). Eles foram devolvidos à ANP pela Petrobras, porque a estatal havia superado o prazo estabelecido em lei
para mostrar resultados.
O leilão desses blocos era a principal crítica feita pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) ao
evento, que temia que eles fossem
comprados por empresas de outros países.
O temor mostrou-se injustificado. Nos dois dias de leilão, a Petrobras recomprou grande parte
deles -dos 34 blocos de elevado
potencial vendidos, ficou com 30.
A canadense EnCana arrematou 8
e ficou em segundo lugar.
No geral, a Petrobras também
foi a vencedora, com 107 dos 154
blocos. A Petrogal, de Portugal, ficou em segundo lugar, com 20.
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