Acusação feita pelo Ministério Público Federal de Itajaí cita crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica

Donos da butique de luxo e trading que cuidou de importação dizem que não foram notificados e não se pronunciam sobre o caso

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal de Itajaí (SC) denunciou a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, seu irmão Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da loja, três diretores da importadora Columbia Trading e dois representantes da Barci & Cia Ltda., despachante aduaneira de Santa Catarina, pelos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica por irregularidades supostamente cometidas em importações.
Não houve pedido de prisão temporária nem preventiva determinado para os sete citados nas 22 páginas de denúncia encaminhadas anteontem à 1ª Vara da Justiça de Itajaí (SC), segundo a Folha apurou.
O MPF considerou que há "indícios suficientes" na documentação enviada pela Receita Federal de Santa Catarina (após reter importação da loja em Itajaí) para justificar a abertura de processo criminal.
No final de 2005, a fiscalização de Itajaí apreendeu R$ 1,7 milhão em bolsas das marcas Chanel e Gucci importadas pela Columbia Trading no aeroporto de Navegantes (SC).
Nos documentos de importação, a Columbia "ocultou a real importadora dos produtos" (a Daslu), segundo informaram os fiscais. Dessa forma, a loja deixou de recolher cerca de R$ 300 mil em impostos, na estimativa da fiscalização.
A denúncia do MPF de Itajaí é a segunda encaminhada à Justiça nos últimos oito meses envolvendo a butique em supostas irregularidades em importações realizadas.
Em dezembro de 2005, a Justiça Federal de Guarulhos aceitou denúncia do MPF contra Tranchesi, seu irmão e donos de quatro importadoras.
No processo criminal da 2ª Vara Federal de Guarulhos, todos são acusados de crimes de fraudes na importação, formação de quadrilha e falsidade ideológica por apreensão feitas no aeroporto de Guarulhos.

Outro lado
A Daslu e a Columbia Trading informaram que não foram formalmente notificadas sobre a denúncia e que não se pronunciariam sobre o assunto. Em ocasiões anteriores, a loja e a trading negaram ter cometido irregularidades em importações. Os representantes da Barci & Cia não telefonaram de volta até o fechamento desta edição.


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