|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indústria e construção puxam emprego
Emprego formal tem melhor resultado do ano em julho, com saldo de 138 mil vagas criadas e recuperação da indústria
Dado de julho ainda é 32% menor que o registrado no mesmo mês de 2008; Mantega vê criação de até 600 mil postos no ano todo
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No melhor resultado do ano,
o mercado de trabalho formal
registrou em julho a criação de
138.402 vagas, sob influência
principalmente da recuperação
do emprego na indústria -setor mais afetado pela crise
mundial- e do aumento das
contratações na construção civil. O resultado, no entanto, é
32% inferior ao do mesmo mês
de 2008.
Os dados, que fazem parte do
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados),
foram motivo de comemoração
ontem no governo, pois seria o
primeiro sinal corroborando as
expectativas de que o emprego
formal apresentará forte reação neste semestre, indicando
o fim do ciclo de retração na
economia.
Para o ministro Carlos Lupi
(Trabalho), neste mês deverão
ser gerados mais de 150 mil
postos. "Isso mostra que o segundo semestre vai ser muito
melhor e que vamos chegar a 1
milhão de empregos até o final
do ano. Estamos olhando a crise para trás. O Brasil está indo
no rumo do crescimento."
Já o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, foi mais contido: "A minha expectativa é um
pouco mais modesta que a do
ministro Lupi: entre 500 mil e
600 mil empregos. Num ano de
crise, já está muito bom. Mas eu
espero que ele esteja certo, e
não eu".
O saldo de vagas acumulado
até julho é de 437.908 postos. O
número é quase um terço do
saldo de vagas criadas nos sete
primeiros meses de 2008, antes
do impacto da crise global. No
total de 2008, o emprego formal registrou a marca de 1,452
milhão de postos gerados.
Obras
No mês de julho, o setor que
se destacou pelo maior saldo de
vagas criadas foi a construção
civil. Foram gerados 32.175
postos, o melhor resultado do
setor para meses de julho e o
segundo maior da série do Caged, que foi criado em 1992.
Na comparação com outros
setores, o número da construção civil em julho destoa dos
dados históricos, pois o setor
tradicionalmente fica atrás do
comércio, serviços e indústria.
No mês também surpreendeu o resultado da indústria.
De 2.001 postos criados em junho deste ano, o setor pulou para um saldo de vagas de 17.354.
O aumento das contratações
nas áreas de têxteis, química e
de calçados garantiu a recuperação do emprego industrial,
embora o setor ainda esteja
cauteloso com a recuperação.
No acumulado do ano, porém, a indústria continua no
vermelho, com fechamento de
127.123 postos. "Aí está o nó [na
indústria]. Esse é o primeiro
crescimento forte, e definitivamente a indústria saiu da crise", comentou Lupi.
O emprego na indústria extrativa mineral e no setor de
calçados também acumula resultado negativo no ano, mas o
ministro acha que isso será superado já no Caged deste mês.
O setor com o maior saldo positivo em 2009, até agora, é o de
serviços (263.090 vagas).
Para Lupi, embora o mercado tenha mostrado maior vigor
em julho, o governo precisa
continuar adotando medidas
para permitir o aumento da
oferta de emprego. "Os juros
precisam continuar baixando.
Isso é fundamental. Também é
preciso continuar o monitoramento da indústria e adotar novas medidas, se necessário."
Colaborou JULIANA ROCHA, da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Análise: Limite à retomada Índice
|