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Governo paga apenas 23% dos investimentos no PAC
Levantamento feito por ONG mostra que só R$ 3,46 bi foram pagos neste ano
Segundo balanço das obras do PAC sai amanhã; estudo mostra que programa fará
o PIB avançar um ponto por ano entre 2008 e 2011
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo continua tendo dificuldades para tirar o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) do papel. Segundo levantamento da ONG Contas Abertas com base em dados
do sistema eletrônico de gastos,
o Siafi, apenas R$ 3,46 bilhões
de investimentos foram pagos
neste ano, o equivalente a
23,43% da verba reservada para 2007.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anuncia
amanhã o segundo balanço oficial das obras do PAC. Na primeira avaliação, relativa aos
meses de janeiro a abril, o governo não usou dados sobre os
pagamentos realizados no ano.
Preferiu avaliar pelo total
empenhado, que é uma espécie
de autorização para gastar. Por
esse critério, haviam sido comprometidos 12,1% dos recursos
do PAC.
O problema é que a verba
empenhada não significa que a
obra foi realizada -pelo contrário. É uma promessa de pagamento do governo que só será liberada quando o investimento tiver sido concretizado.
Mas, insistindo nesse critério, o
governo poderá afirmar que já
comprometeu 44,74% dos R$
14,771 bilhões destinados ao
programa.
O esforço do governo para
mostrar que o principal programa do segundo mandato do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva está deslanchando inclui
também um estudo encomendado pelo Ministério do Planejamento para medir o impacto
que o PAC terá sobre a economia nacional.
Efeitos sobre o PIB
Os dados preliminares encaminhados ao ministro Paulo
Bernardo (Planejamento) mostram que, se o PAC for executado como programado, ele aumentará o crescimento da economia em um ponto percentual ao ano, entre 2008 e 2011.
Bernardo reconhece que a
contribuição para o crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) neste ano será mais limitada. "Mas certamente em
2008 esse efeito será mais visível", afirma o ministro.
O estudo feito pelo Centro de
Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais mediu ainda o retorno das obras
programadas no PAC para cada
Estado para saber a capacidade
de alavancar o desenvolvimento regional e reduzir as desigualdades sociais.
As maiores contribuições, segundo o levantamento, serão
sentidas entre 2012 e 2015,
quando os investimentos estiverem maturando. No entanto,
ainda no período de obras
(2008-2011), será possível verificar queda nas desigualdades
entre os Estados, de acordo
com as estimativas do estudo
do governo.
(LEANDRA PERES e SHEILA D'AMORIM)
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