A China deve promover ações de retaliação ao Brasil como resposta às medidas antidumping aplicadas a produtos chineses no país. Esta é a expectativa do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang.
Para ele, a decisão do Brasil de sobretaxar produtos chineses, como calçados, é injusta.
"O antidumping seria aplicável se o governo chinês desse subsídios para alguns setores exportarem. Mas não é o caso. O preço do produto chinês é menor porque os custos de produção no país são baixos, diferentemente do Brasil", afirma.
A reação da China às medidas antidumping do Brasil deverá ser de dificultar a exportação de produtos brasileiros ao país, como as carnes, acredita Tang.
O Ministério do Comércio Exterior afirma que o Brasil não é o único a buscar proteção contra dumping de produtos da China, que é o principal país investigado pela prática no mundo. A China pode recorrer da decisão na OMC (Organização Mundial do Comércio), mas nenhuma ação antidumping aplicada pelo Brasil foi questionada até hoje, segundo informa nota do ministério.
Tang ressalta que o Brasil perde mais que a China ao estabelecer barreiras ao comércio. O motivo é que o país representa 1,3% da pauta de exportações da China, enquanto esta é o destino de 10,5% das vendas externas brasileiras, segundo dados da balança comercial no primeiro semestre.
China e Brasil deveriam deixar de lado desavenças comerciais e buscar uma união estratégica, diz Tang.
"O Brasil tem que colar na China especialmente nesta crise mundial porque é ela que tem liquidez financeira. E o Brasil precisa de recursos financeiros para gerar emprego e superar esta crise", afirma.

"O antidumping seria aplicável se o governo chinês desse subsídios para exportação. Mas não é o caso. O preço do produto chinês é menor porque os custos para produzir no país são baixos, diferente do Brasil"
CHARLES TANG presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China

BERNANKE POR UM DIA

Um jogo on-line para explicar a crise econômica foi desenvolvido pela empresa mineira O2 Games neste mês. Durante a brincadeira, os jogadores recebem um diploma de presidente do Banco Central e precisam tomar decisões de política econômica. Uma delas simula a falência de bancos no país e os internautas podem decidir se oferecem ou não ajuda financeira às instituições. O endereço é www.apequenagrandecrise.com.br.

ROBÔ

A CDC Brasil, de automação comercial, está negociando parcerias com fundos de "private equity" para financiar sua expansão. A empresa já conversou com quatro fundos neste ano e está com as negociações avançadas com dois deles. Segundo Alexandre Conde, presidente da CDC, a empresa quer captar R$ 32 milhões com um desses fundos para fazer aquisições de empresas do ramo. A meta da CDC é crescer 20% neste ano e faturar R$ 240 milhões.

TERMÔMETRO
Stephen Green, presidente mundial do HSBC, vai lançar o HSBC EMI, um indicador econômico para os países emergentes, no dia 6 de outubro, na reunião anual do FMI, em Istambul. Com periodicidade trimestral, o índice trará, em uma escala de 1 a 100, as perspectivas econômicas para nove países emergentes: Brasil, China, Índia, Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Turquia, Polônia e República Tcheca.

PERSPECTIVAS
A Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica) promove, no dia 21, no Centro Britânico Brasileiro, em SP, um debate sobre as perspectivas da economia mundial e as respostas da economia brasileira. O evento tem presença confirmada de Henrique Meirelles (Banco Central), Octavio de Barros, diretor de pesquisas do Bradesco, e outros. A entrada é gratuita.

TREM-BALA
Representantes dos setores de engenharia e construção participaram nesta semana no BNDES de um seminário para conhecer as condições de apoio do banco ao projeto do trem de alta velocidade. Luciano Coutinho, presidente do banco, saiu da reunião empolgado com a recepção positiva do setor empresarial em relação à qualidade dos estudos técnicos feitos para subsidiar o projeto. Cerca de 60 pessoas participaram do encontro, dentre elas representantes de consórcios e de fundos de pensão.

NO FÓRUM
José Antonio Dias Toffoli vai participar da primeira Cúpula Justina, nos dias 27 e 28 de outubro, na Escola da Advocacia-Geral da União, em São Paulo. O evento, promovido pelo Instituto Besc Humanidades e Economia, fará um debate sobre o sistema Judiciário brasileiro e proporá alterações de normas processuais.

Governo de SP abre crédito para rodovias

O governo de São Paulo abriu nesta semana um crédito para adicionar R$ 200 milhões ao orçamento do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), segundo a Secretaria dos Transportes.
Os recursos chegam em um momento em que o DER ultrapassa cem dias de atraso no pagamento de uma dívida, estimada pelo setor em cerca de R$ 300 milhões, com empresas de engenharia e construção pesada para obras de pavimentação de vicinais e duplicação de estradas.
Muitas dessas empresas credoras já enfrentam dificuldades financeiras por falta de caixa e começam a contrair empréstimos bancários, de acordo com o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada de São Paulo).
As empresas estimam que o dinheiro deve começar a ser creditado em suas contas no início da próxima semana. Mas o governo não confirma se os recursos serão destinados exclusivamente ao pagamento da dívida.

CORRIDA NUCLEAR 1
A construção da quarta usina nuclear brasileira, prevista para o Nordeste, vai abrir uma competição no setor. Enquanto a francesa Areva vai fazer Angra 3, a americana Westinghouse vem conversando com empreiteiras brasileiras para entrar na disputa.

CORRIDA NUCLEAR 2
As três gigantes do mercado, Areva, Westinghouse e a nova russa Rosatom, estarão juntas pela primeira vez no Brasil, em evento do setor nuclear que ocorrerá no Rio a partir do dia 28, promovido pela Aben (associação de energia nuclear).

RUMO À ÁFRICA
A Vinícola Aurora inicia suas exportações para Angola com o embarque dos vinhos Aurora Varietal Chardonnay e Varietal Cabernet Sauvignon. Angola é o segundo país africano na pauta de exportações da vinícola de Bento Gonçalves (RS), que já exporta para a Nigéria.

EM CASA
As vendas de imóveis residenciais usados em São Paulo cresceram 18,4% de janeiro a julho deste ano, ante o mesmo período de 2008, segundo pesquisa da empresa de administração imobiliária Lello. Os imóveis de R$ 150 mil a R$ 300 mil foram os mais procurados.