São Paulo, sábado, 19 de setembro de 2009

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BANCOS

EUA estudam plano para conter bônus que incentivem riscos

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O Fed (o Banco Central dos EUA) deve anunciar nas próximas semanas um plano para evitar que executivos e funcionários de bancos assumam riscos excessivos na esperança de ganhar elevados bônus e compensações.
A ideia é que as autoridades regulatórias dos EUA passem a examinar os programas de gratificações e salários dos maiores bancos para concluir se há a expectativa de ganhos desproporcionais aos resultados.
Ficariam sujeitos a esse exame e às novas regras todos os funcionários em posição de assumir riscos nas operações do dia a dia.
A explosão da crise em 2008 foi provocada em boa parte por apostas arriscadas realizadas por vários departamentos de bancos em busca de lucros muito elevados.
Os norte-americanos vêm sendo pressionados no âmbito do G20 (grupo de países do qual o Brasil participa e que se reunirá na semana que vem nos EUA) para adotar medidas que desencorajem elevados riscos.
As maiores pressões vêm da França e da Alemanha. Os dois países já anunciaram que vão adotar regras mais rígidas para seu sistema financeiro e para bônus.
Nos EUA, durante a primeira metade de 2009, os cinco maiores bancos (Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs, JP Morgan Chase e Morgan Stanley) reservaram cerca de US$ 61 bilhões para o pagamento de gratificações. Todos os cinco foram socorridos com dinheiro público em 2008.
O valor reservado neste ano é só 20% menor do que o registrado em 2007, antes da crise. E é bem maior do que os lucros conjuntos dos bancos no primeiro semestre de 2009, de US$ 23 bilhões.


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