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RETRATO DO BRASIL
Pessoas só com celular em casa são maioria
Mais de 39% dos brasileiros moram em residências em que celular é o único telefone
Proporção dos que têm só o celular é maior (43%) nos domicílios com renda até dez mínimos; 31,2% dos lares possuem computador
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O grupo de pessoas que moram em domicílios em que o celular é o único telefone se tornou o maior em 2008. Ele superou, segundo os dados da Pnad,
aqueles que possuem aparelho
móvel e fixo, ou que têm apenas
o telefone convencional.
A pesquisa do IBGE mostrou
que 39,4% das pessoas moram
em residências apenas com telefone móvel. Enquanto 38,7%
moram em domicílios com celular e fixo, apenas 4,8% vivem
em casas onde há apenas o aparelho convencional.
A proporção dos que têm
apenas o celular é ainda maior
nos domicílios com renda até
dez salários mínimos: 43%.
O número de pessoas com algum aparelho em casa subiu de
77% para 82,1%. O IBGE não
conta o número de telefones
por lar. Registra a presença ou
não de cada tipo de aparelho.
Na avaliação de Juarez Quadros do Nascimento, ex-ministro das Comunicações, dois
movimentos explicam a maioria que usa exclusivamente a
telefonia móvel: parte abandonou o fixo que tinha em casa,
parte teve como primeiro telefone um celular.
"As pessoas saem de casa cedo, voltam tarde. Elas se questionam por que pagar uma
mensalidade cara, para a realidade brasileira, dos telefones
fixos. O advento do pré-pago
permitiu isso", afirmou.
Também houve aumento no
número de domicílios com
computador e acesso à internet. Segundo a Pnad, 31,2% das
residências possuem computador e 23,8% têm acesso à rede
mundial de computadores. No
ano passado, as taxas eram de
26,5% e 20%, respectivamente.
Mas, diferentemente do que
ocorre com os telefones, a presença de computador em casa
está longe de ser universalizada. Enquanto nas duas maiores
faixas de renda domiciliar, entre 10 e 20 salários mínimos e
acima de 20, ele está presente
em mais de 80% das casas, na
menor (abaixo de 10 salários
mínimos) está em apenas 25%.
O eletrodoméstico mais comum nos domicílios brasileiros
é o fogão (98,2%), seguido da
TV (95,1%), geladeira (92,1%) e
rádio (88,9%). O freezer é o
equipamento mais raro: está
presente em 16% das casas.
Saneamento
Apesar do aumento da presença dos bens duráveis, houve
ligeira piora no número de domicílios sem tratamento de esgoto adequado.
Segundo a Pnad, aumentou
de 26,6% em 2007 para 26,8%
em 2008 o número de residências sem qualquer tipo de esgotamento sanitário. Houve alta
entre os domicílios atendidos
pelas redes coletoras (subiu de
51,1% para 52,5%), mas isso não
foi suficiente para compensar a
queda nas fossas sépticas (de
22,3% para 20,7%), também
consideradas adequadas.
A região Centro-Oeste tem a
pior cobertura de tratamento
de esgoto: 51,5% dos domicílios
não são atendidos. A situação
piorou mais no Sul, onde a taxa
de lares nessas condições subiu
de 20,7% para 23,2%.
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