São Paulo, sábado, 19 de setembro de 2009

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RETRATO DO BRASIL

Pessoas só com celular em casa são maioria

Mais de 39% dos brasileiros moram em residências em que celular é o único telefone

Proporção dos que têm só o celular é maior (43%) nos domicílios com renda até dez mínimos; 31,2% dos lares possuem computador


ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O grupo de pessoas que moram em domicílios em que o celular é o único telefone se tornou o maior em 2008. Ele superou, segundo os dados da Pnad, aqueles que possuem aparelho móvel e fixo, ou que têm apenas o telefone convencional.
A pesquisa do IBGE mostrou que 39,4% das pessoas moram em residências apenas com telefone móvel. Enquanto 38,7% moram em domicílios com celular e fixo, apenas 4,8% vivem em casas onde há apenas o aparelho convencional.
A proporção dos que têm apenas o celular é ainda maior nos domicílios com renda até dez salários mínimos: 43%.
O número de pessoas com algum aparelho em casa subiu de 77% para 82,1%. O IBGE não conta o número de telefones por lar. Registra a presença ou não de cada tipo de aparelho.
Na avaliação de Juarez Quadros do Nascimento, ex-ministro das Comunicações, dois movimentos explicam a maioria que usa exclusivamente a telefonia móvel: parte abandonou o fixo que tinha em casa, parte teve como primeiro telefone um celular.
"As pessoas saem de casa cedo, voltam tarde. Elas se questionam por que pagar uma mensalidade cara, para a realidade brasileira, dos telefones fixos. O advento do pré-pago permitiu isso", afirmou.
Também houve aumento no número de domicílios com computador e acesso à internet. Segundo a Pnad, 31,2% das residências possuem computador e 23,8% têm acesso à rede mundial de computadores. No ano passado, as taxas eram de 26,5% e 20%, respectivamente.
Mas, diferentemente do que ocorre com os telefones, a presença de computador em casa está longe de ser universalizada. Enquanto nas duas maiores faixas de renda domiciliar, entre 10 e 20 salários mínimos e acima de 20, ele está presente em mais de 80% das casas, na menor (abaixo de 10 salários mínimos) está em apenas 25%.
O eletrodoméstico mais comum nos domicílios brasileiros é o fogão (98,2%), seguido da TV (95,1%), geladeira (92,1%) e rádio (88,9%). O freezer é o equipamento mais raro: está presente em 16% das casas.

Saneamento
Apesar do aumento da presença dos bens duráveis, houve ligeira piora no número de domicílios sem tratamento de esgoto adequado.
Segundo a Pnad, aumentou de 26,6% em 2007 para 26,8% em 2008 o número de residências sem qualquer tipo de esgotamento sanitário. Houve alta entre os domicílios atendidos pelas redes coletoras (subiu de 51,1% para 52,5%), mas isso não foi suficiente para compensar a queda nas fossas sépticas (de 22,3% para 20,7%), também consideradas adequadas.
A região Centro-Oeste tem a pior cobertura de tratamento de esgoto: 51,5% dos domicílios não são atendidos. A situação piorou mais no Sul, onde a taxa de lares nessas condições subiu de 20,7% para 23,2%.


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