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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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Hospital está sem telefone há 5 anos

DA SUCURSAL DO RIO

O Hospital São Joaquim, o único do município de Baião -a 180 km de Belém, no Pará-, não tem comunicação telefônica. O isolamento do hospital foi constatado pela fiscalização da CGU e é confirmado pelo prefeito em exercício, Nilson Lopes Faria (PT), embora a Telemar negue a situação.
A companhia telefônica enviou fotos de dois telefones públicos no exterior do prédio e de um terceiro na parte interna do hospital como provas de prestação do serviço. Mas, segundo o prefeito, os orelhões nunca funcionaram.
Quando há necessidade de transferir pacientes para Belém, os médicos ligam do gabinete do prefeito para a central de leitos, na capital. A prefeitura só tem dois telefones, sempre ocupados.
Farias disse que é comum a cidade ficar uma semana sem comunicação. Nesses casos, é preciso viajar oito horas de barco até Cametá para usar o telefone. "É uma calamidade. Não sabemos mais a quem apelar."
O prefeito diz que o telefone de sua casa e os dos vizinhos da rua onde mora estão mudos há um mês -a fiação caiu. Segundo ele, a Telemar não cumpre as metas de universalização no município.

Tão perto, tão longe
A fiscalização da CGU nos municípios mostra que a inclusão digital pretendida pelo governo está muito longe da realidade.
Os auditores visitaram 16 escolas no Novo Gama, cidade-satélite de Brasília. Constataram que 15 delas não têm linhas telefônicas individuais, apenas "orelhões". Ou seja, as escolas não têm acesso à internet nem ao fax.
"Estamos tão próximos do governo federal e, ao mesmo tempo, tão isolados", constatou Eliene Guedes Costa, diretora da Caic Novo Gama.
A diretora disse que não tem verba para pagar a conta telefônica. Por esse motivo, a linha que existia foi desativada em 1994. A escola tem dois computadores, que não acessam a internet, ferramenta fundamental para as pesquisas escolares (4.000 alunos).
A diretora diz que não pede a instalação de linha à Brasil Telecom (que atende o Centro-Oeste) porque teria de pagar com seu salário, mas os R$ 1.100 que recebe não permitem esse gasto. (EL)


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