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Com ajuda, empresa
prevê lucro em 2008
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a ajuda financeira do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e dos fundos de pensão, a
Ferronorte começa a dar lucro a
partir de 2008, avalia Elias David
Nigri, diretor-presidente da Brasil
Ferrovias, holding que controla a
Ferronorte, a Novoeste e a Ferroban. No ano passado, a ferrovia
teve prejuízo de R$ 148 milhões.
Nigri informou que as negociações com o BNDES começaram
no segundo trimestre deste ano e
foram concluídas apenas na semana passada. "A negociação foi
concluída na semana passada,
mas não foi anunciada porque o
presidente do banco [Carlos Lessa] se acidentou", disse Nigri. Lessa operou o joelho, após sofrer
uma queda em sua casa, no Rio de
Janeiro.
Ainda de acordo com o diretor-presidente da Brasil Ferrovias,
apesar de o acordo com o BNDES
ter sido concluído, falta a aprovação do Ministério dos Transportes e da ANTT (Agência Nacional
de Transportes Terrestres). Nem
o ministério nem a agência comentaram o assunto ontem.
Na avaliação de Nigri, a negociação foi benéfica para o banco
estatal. "Dessa forma, a ferrovia
será um negócio viável e o banco
poderá recuperar os empréstimos
que já havia feito", disse.
Demanda maior
Com 512 quilômetros de extensão, a Ferronorte liga regiões produtoras de soja nos Estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul ao porto de Santos. Nigri disse
que a demanda por carga nessa
área aumenta, em média, 20% ao
ano. Para chegar a Santos, a Ferronorte se conecta à Ferroban,
que também pertence à Brasil
Ferrovias.
Os números da ANTT mostram
que a receita operacional da Ferronorte vem aumentando. Era de
R$ 40,7 milhões em 2000 e passou
para R$ 373,3 milhões no ano passado. Em 2000 o prejuízo foi de R$
20,8 milhões e chegou a R$ 245,7
milhões em 2002.
Nigri afirmou que a dívida da
empresa se deve ao fato de acionistas privados terem investido
na construção de ferrovias. "A dívida é fruto da construção da ferrovia, que é uma tarefa difícil de
levar a cabo. Os acionistas foram
ousados e carregam o ônus", afirmou o executivo.
Ainda de acordo com ele, o
BNDES foi muito hábil nas negociações, porque exigiu investimentos dos sócios (os fundos de
pensão dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica
Federal) na concessionária Novoeste, outra empresa do grupo.
Segundo Nigri, quando a empresa estiver saneada, a Brasil Ferrovias terá que se enquadrar nas
regras do novo mercado da Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo), que obriga as empresas a
se enquadrarem em normas rígidas de governança corporativa.
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