São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Para indústria, corte poderia ser maior

DA REPORTAGEM LOCAL

As principais entidades da indústria e do comércio consideraram a redução na taxa de juros básica, a Selic, insuficiente. Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a decisão "potencializa o efeito negativo no país" da previsão, pela Organização das Nações Unidas, de menor crescimento mundial em 2007.
"Rever juros e política monetarista anacrônica é a prioridade zero do novo governo", disse o presidente da entidade, Paulo Skaf, em nota enviada à imprensa. O texto ainda coloca o alto patamar da Selic como um dos principais responsáveis pelo baixo crescimento brasileiro previsto para este ano.
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), há espaço para novas reduções da taxa básica de juros. "A atividade econômica está se expandindo em ritmo moderado e há expectativas de cumprimento, com folga, das metas de inflação para 2006 e também para 2007", ponderou o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto, em nota. A confederação avaliou que a queda foi positiva, mas que os juros reais continuam muito elevados.
Em nota, o presidente da Fecomercio SP, Abram Szajman, considerou que a redução não pode ser comemorada porque os juros "ainda não se encontram num patamar civilizado". "As taxas às pessoas físicas se mantêm superiores a 50% ao ano. Infelizmente, essas reduções na Selic não trarão efeito imediato para o consumidor. Enquanto esse percentual não for bruscamente reduzido, os juros continuarão brecando o crescimento do comércio", afirmou Szajman.
Para o economista Marcel Solimeo, da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), "foi o esperado, mas poderia ser mais". "O efeito para o consumidor será muito pequeno", afirmou ele, também em nota.
Da mesma forma, a Força Sindical avaliou que a redução nos juros poderia ser maior. "A Força Sindical defende um corte drástico na taxa de juro básico para criar condições para o crescimento econômico", diz, em nota.
A nota da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi na mesma linha. "A tendência de queda na taxa básica está mantida, o que representa um fator positivo. No entanto, a CUT insiste que a redução deve se dar de forma mais acentuada e que o Copom precisa entender a necessidade de crescimento econômico consistente."


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