São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Após avançar 1,4%, Bolsa vira e fecha em queda de 0,54%

Bovespa seguiu esfriamento de NY, que chegou a bater recorde

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo terminou o pregão de ontem no vermelho. As operações relativas ao vencimento de contratos futuros e de opções sobre o Ibovespa acabaram pesando no desempenho do mercado. A Bolsa caiu 0,54%.
No período da manhã, o pregão seguiu de perto o mercado acionário norte-americano, que repercutia positivamente os dados da inflação ao consumidor do país. Na primeira hora de pregão, a Bovespa bateu em sua máxima no dia, marcando valorização de 1,41%.
O mercado norte-americano também perdeu força durante o dia. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, superou ontem o patamar inédito dos 12 mil pontos. Mas não conseguiu se sustentar nesse nível e terminou as operações a 11.992 pontos, em alta de 0,36%.
A Bolsa eletrônica Nasdaq, que reúne ações de empresas de alta tecnologia, caiu 0,33%. A Nasdaq foi prejudicada por notícias corporativas, como a Apollo Groupe, que afirmou que poderá ter de republicar resultados financeiros antigos.
O índice de preços ao consumidor americano, o CPI, caiu 0,5% no último mês, o maior recuo desde novembro do ano passado. O resultado, mais expressivo que o esperado pelo mercado, foi decorrência da diminuição nos preços da gasolina e de outros produtos de energia, que caíram 7,2%, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.
Já o núcleo da inflação, que exclui energia e alimentos, subiu 0,2% (como esperavam os analistas). Foi o terceiro mês consecutivo de alta. Em termos anuais, o núcleo teve alta de 2,9% entre setembro de 2005 e o mesmo mês deste ano. Esse é o maior índice desde fevereiro de 2006 e está acima do resultado que o Fed (o banco central dos EUA) considera ideal, entre 1% e 2%.
Ontem, também foi anunciado que a construção de novas moradias nos Estados Unidos registrou avanço de 5,9% em setembro.
Muitos analistas consideravam a possibilidade de o índice de casas recuar no mês. O dado mostrou que a economia americana pode não estar tão desaquecida como alguns analistas temem.

Queda dos juros
A Bovespa encerrou suas operações antes de o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciar sua decisão de reduzir a taxa básica de juros da economia em 0,50 ponto percentual, para 13,75% anuais.
Como o mercado financeiro doméstico já tinha precificado uma redução desse tamanho -ou seja, tinha embutido no preço dos ativos a redução-, a reação nos negócios de hoje deve ser pequena.
Ontem o vencimento de opções sobre o índice Ibovespa movimentou R$ 886,65 milhões e ajudou a elevar o giro financeiro da Bolsa paulista para os R$ 5,02 bilhões.
Mesmo com o Ibovespa fechando em queda, ações de diferentes segmentos terminaram ontem com alta relevantes. A ação preferencial do Pão de Açúcar subiu 5,28% (a maior alta do dia). Logo atrás vieram o papel preferencial da Vivo, que ganhou 4,03%, e o PN do Bradesco, com 1,30% de valorização no dia.
Operadores de corretoras disseram que ontem circularam no mercado rumores sobre uma eventual reportagem a ser publicada por uma revista semanal que traria detalhes da rota do dinheiro usado na compra do dossiê contra candidatos do PSDB.
O dólar subiu um pouco, 0,23%. A moeda norte-americana encerrou as operações vendida a R$ 2,137.


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