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EUA podem excluir bens de benefício dado ao Brasil
Sistema de preferências que reduz tarifas de importação expira dia 31 de dezembro
Em 2005, 15% das vendas brasileiras para o mercado americano foram realizadas dentro do programa; é o equivalente a US$ 3,6 bi
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O programa que reduz tarifas
de importação de alguns produtos brasileiros nos Estados
Unidos poderá ser prorrogado
com a exclusão de determinados bens, entre os quais autopeças, pesticidas e herbicidas.
Essa é uma das hipóteses em
estudo pelo governo norte-americano para a extensão do
chamado SGP (Sistema Geral
de Preferências), que expira no
dia 31 de dezembro. A informação foi dada ontem em São Paulo por Meredith Broadbent, do
USTr, espécie de Ministério do
Comércio Exterior dos EUA.
A decisão final sobre a prorrogação caberá ao Congresso
norte-americano, onde tramita
projeto de lei que exclui o Brasil
do SGP, de autoria do deputado
republicano Bill Thomas.
No ano passado, 15% das exportações brasileiras para os
Estados Unidos foram feitas
dentro do programa -o equivalente a US$ 3,6 bilhões.
O SGP favorece hoje 133 países que exportam para o mercado norte-americano. O benefício acaba para todos no dia 31
de dezembro. Broadbent afirmou que a posição do governo
Bush é a de defender a prorrogação do sistema "em geral"
por mais cinco anos.
Mas há dúvidas em relação a
um grupo de 13 países mais desenvolvidos que os demais, entre os quais está o Brasil.
A funcionária do USTr observou que o SGP foi criado em
1974 como um mecanismo
transitório para facilitar a integração de economias pobres no
comércio global. A idéia era dar
reduções tarifárias enquanto os
países melhoravam sua capacidade de competir no exterior.
A questão é saber se o Brasil
já superou a fase de transição e,
assim, estaria pronto para enviar seus produtos aos EUA
sem nenhuma preferência.
Broadbent disse em entrevista a um grupo de jornalistas
brasileiros que a decisão final
do Executivo em relação a esse
grupo de 13 países será tomada
em meados de novembro.
Se o Congresso não tomar
nenhuma decisão até 31 de dezembro, o programa será suspenso. Mas existe a possibilidade de ele ser prorrogado no
próximo ano, com efeito retroativo. Integrantes do USTr
discutiram o assunto segunda e
terça com entidades empresariais e o governo brasileiro.
Everett H. Eissenstat, assistente do USTr para as Américas, deixou claro que os EUA
manterão a política de buscar
acordos bilaterais no hemisfério e, na prática, criar uma área
de livre comércio -com ou sem
Alca. "Muitos dos acordos são
semelhantes e todos são concebidos com base no Nafta [acordo entre EUA, Canadá e México]. Assim, teremos uma base
legal e institucional semelhante desde o Chile, o Peru, o Colômbia, até o Canadá."
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