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Siderúrgicas americanas oferecem concessão à UE
EDWARD ALDEN
DANIEL BOMBEY
DO "FINANCIAL TIMES"
As siderúrgicas dos EUA informaram à Casa Branca que aceitariam remoção acelerada das tarifas sobre aço importado, mas
continuam opostas à revogação
imediata das medidas protecionistas exigida pelas União Européia e outros países.
As concessões marcam uma
mudança abrupta de posição, ante a insistência pública do setor,
até agora, em que as tarifas sejam
mantidas em vigor pelo prazo total de três anos e indicam o crescente temor das siderúrgicas
quanto à possibilidade de que o
governo de George W. Bush se veja forçado a revogar as medidas.
"O setor está demonstrando alguma flexibilidade, ao reconhecer
a situação difícil que o governo está enfrentando", disse um executivo do setor siderúrgico.
Sob a proposta, obtida pelo "Financial Times", as tarifas seriam
eliminadas em setembro de 2004,
em lugar de em março de 2005,
como previsto. Além disso, elas
seriam reduzidas em um terço a
partir de janeiro de 2004 e em
mais um terço em março. As tarifas que atualmente funcionam
com a alíquota de 24%, por exemplo, seriam reduzidas a apenas
12,6% em março.
O setor siderúrgico americano
espera que a proposta seja suficiente para impedir que as ameaças européias de retaliar os EUA
no mês que vem por meio da imposição de US$ 2,2 bilhões em tarifas contra produtos americanos
importados sejam concretizadas.
A proposta alega que reduzir a alíquota das tarifas "permitiria que
os EUA argumentassem que a retaliação ameaçada é (...) imensamente desproporcional às medidas norte-americanas".
Com isso, dizem as siderúrgicas, "a abordagem proposta permitiria que o presidente apresentasse uma realização industrial
muito bem-sucedida em benefício de um setor crítico para a economia nacional, com impacto mínimo para os consumidores, e lhe
daria uma boa chance de evitar
retaliações da UE".
A proposta, que foi preparada
pela US Steel, Nucor e International Steel Group, diz que as empresas deveriam tentar conquistar
apoio do restante do setor e possivelmente até mesmo do sindicato
dos siderúrgicos.
Mas a Comissão Européia considera que a suspensão acelerada
das tarifas é insuficiente, especialmente porque o caso da UE venceu várias vezes na Organização
Mundial do Comércio.
Funcionários da Comissão alegam que não estão negociando
com Washington, mas, em lugar
disso, esperando que os Estados
Unidos cumpram a decisão da
OMC e suspendam as tarifas.
Tradução de Paulo Migliacci
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