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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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Siderúrgicas americanas oferecem concessão à UE

EDWARD ALDEN
DANIEL BOMBEY

DO "FINANCIAL TIMES"

As siderúrgicas dos EUA informaram à Casa Branca que aceitariam remoção acelerada das tarifas sobre aço importado, mas continuam opostas à revogação imediata das medidas protecionistas exigida pelas União Européia e outros países.
As concessões marcam uma mudança abrupta de posição, ante a insistência pública do setor, até agora, em que as tarifas sejam mantidas em vigor pelo prazo total de três anos e indicam o crescente temor das siderúrgicas quanto à possibilidade de que o governo de George W. Bush se veja forçado a revogar as medidas.
"O setor está demonstrando alguma flexibilidade, ao reconhecer a situação difícil que o governo está enfrentando", disse um executivo do setor siderúrgico.
Sob a proposta, obtida pelo "Financial Times", as tarifas seriam eliminadas em setembro de 2004, em lugar de em março de 2005, como previsto. Além disso, elas seriam reduzidas em um terço a partir de janeiro de 2004 e em mais um terço em março. As tarifas que atualmente funcionam com a alíquota de 24%, por exemplo, seriam reduzidas a apenas 12,6% em março.
O setor siderúrgico americano espera que a proposta seja suficiente para impedir que as ameaças européias de retaliar os EUA no mês que vem por meio da imposição de US$ 2,2 bilhões em tarifas contra produtos americanos importados sejam concretizadas. A proposta alega que reduzir a alíquota das tarifas "permitiria que os EUA argumentassem que a retaliação ameaçada é (...) imensamente desproporcional às medidas norte-americanas".
Com isso, dizem as siderúrgicas, "a abordagem proposta permitiria que o presidente apresentasse uma realização industrial muito bem-sucedida em benefício de um setor crítico para a economia nacional, com impacto mínimo para os consumidores, e lhe daria uma boa chance de evitar retaliações da UE".
A proposta, que foi preparada pela US Steel, Nucor e International Steel Group, diz que as empresas deveriam tentar conquistar apoio do restante do setor e possivelmente até mesmo do sindicato dos siderúrgicos.
Mas a Comissão Européia considera que a suspensão acelerada das tarifas é insuficiente, especialmente porque o caso da UE venceu várias vezes na Organização Mundial do Comércio.
Funcionários da Comissão alegam que não estão negociando com Washington, mas, em lugar disso, esperando que os Estados Unidos cumpram a decisão da OMC e suspendam as tarifas.


Tradução de Paulo Migliacci


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