|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CSN pode enfrentar batalha pela Corus
Benjamin Steinbruch diz estar "firme na aquisição" e ser melhor opção para européia; Tata pode elevar oferta feita em outubro
Empresa brasileira afirma que pequena parcela do dinheiro para o negócio virá do próprio caixa; mercado teme endividamento maior
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A indiana Tata Steel começou a analisar ontem qual será
o próximo passo depois da oferta da empresa brasileira CSN
para a compra da siderúrgica
anglo-holandesa Corus, na qual
também está interessada.
Um dos principais jornais indianos de negócios afirmou que
a empresa planeja melhorar
sua proposta nesta semana.
Questionado sobre a hipótese
de uma batalha de preços com a
Tata, Benjamin Steinbruch,
presidente da CSN, se negou a
comentar valores.
"Estamos firmes na aquisição e, com todo o respeito à Tata, temos melhores e maiores
condições de complementaridade dos negócios com a Corus", disse Steinbruch, que está
em Londres, na Inglaterra, e
participou de uma teleconferência com jornalistas.
Na sexta-feira, a empresa
brasileira tornou pública uma
oferta de compra da concorrente equivalente a 4,75 libras
por ação (US$ 8,99). Se for
aceita, o preço da aquisição poderá ultrapassar US$ 8 bilhões
(R$ 17,3 bilhões). A Tata fez
uma proposta em outubro de
4,55 libras por ação. Caso a
oferta brasileira seja vencedora, surgirá o quinto maior grupo siderúrgico mundial. Hoje a
CSN está na 49ª posição e a Corus, na oitava.
Segundo Otávio de Garcia
Lazcano, diretor financeiro da
CSN, uma "pequena parcela"
do valor a ser pago pela Corus
virá do caixa da siderúrgica, de
US$ 1,5 bilhão. O restante virá
de bancos credores -estão envolvidos na operação o Barclays, o Goldman Sachs e o
BNP Paribas. Há rumores de
que as instituições financeiras
liberariam até US$ 6 bilhões. A
CSN não comenta. "Só posso
afirmar que os credores não terão direito ao fluxo de caixa da
CSN no Brasil, só ao da empresa na Europa". diz Lazcano. Na
sexta-feira, as ações da CSN
caíram 4,25% por conta do risco de elevação da dívida.
Enquanto a Tata discute a
possibilidade de aumentar a
sua oferta, a CSN começa a ter
acesso amanhã a mais dados
operacionais e financeiros da
empresa européia. A intenção é
verificar se realmente a Corus
é interessante à CSN -a empresa brasileira pode desistir
do negócio após avaliar as informações. "Acho que ficaremos de duas a três semanas
vendo isso", disse Steinbruch.
Com a aquisição, a CSN quer
ganhar escala, em um momento em que as siderúrgicas no
mundo estão com poder de
barganha cada vez menor, espremidas entre um número pequeno de fornecedores de insumos e um limitado mercado de
compradores de aço.
A CSN corre o risco de perder a chance de comprar outra
empresa em que estava interessada, a norte-americana
Wheeling-Pittsburgh.
Na sexta-feira, o conselho de
administração da Pittsburgh
elegeu novos membros e, entre
eles, há vários nomes de executivos favoráveis à venda da
companhia para a também
americana Esmarck.
"Fica um pouquinho mais
complicado para nós agora",
afirma Steinbruch.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Antiglobalização: Protesto marca início de reunião do G20 Finanças Índice
|