São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2008

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China passa Japão como maior credor dos Estados Unidos

Enquanto Tóquio vende títulos do Tesouro americano na crise, Pequim compra e acumula US$ 585 bilhões

Brasil segue em quarto no ranking de países, mas reduz o estoque, de US$ 146,2 bi em agosto para US$ 141,9 bi em setembro

DE WASHINGTON

Em meio a sua pior crise financeira em décadas, os EUA vêem uma troca de guarda na posição de seus principais credores individuais. Segundo o relatório mais recente do governo, de setembro, a China passou o Japão como maior detentor de papéis do Tesouro americano, numa ascendente que começou seis meses atrás.
Agora, a China detém US$ 585 bilhões em "treasuries", como são chamados os títulos da dívida pública dos EUA, ante US$ 573,2 bilhões do Japão, que mais vendeu do que comprou os papéis em quatro dos últimos seis meses. No total, estrangeiros detêm US$ 2,86 trilhões de títulos do governo americano, ou o dobro do PIB brasileiro.
A notícia é agridoce para os EUA. Por um lado, o país vê reafirmada a confiança dos mercados mundiais e a crença de que o governo terá condições de honrar seus compromissos.
Por outro, vê sair do topo da lista de credores seu principal aliado na Ásia para dar lugar a seu maior competidor comercial mundial. A política de compra dos títulos pela China é agressiva: o país dobrou o valor investido desde julho de 2005.

Brasil em 4º
Já o Brasil continua em quarto lugar, posição que ocupa há mais de um ano. Mas diminuiu sua exposição, passando de US$ 146,2 bilhões em agosto para US$ 141,9 bilhões em setembro. À frente do país, além de China e Japão, estão Reino Unido e dois agrupamentos, de exportadores de petróleo, formado por 15 países, e dos paraísos fiscais do Caribe, formado por seis países.
A diferença entre compra e venda de papéis foi de US$ 66,2 bilhões em setembro, mês em que as Bolsas tiveram grandes perdas -reflexo do estopim da atual fase da crise financeira, detonada pela decisão do governo dos EUA de não socorrer o banco de investimentos Lehman Brothers, que quebrou.
O Tesouro informou ainda que investidores estrangeiros compraram US$ 143,4 bilhões em ativos americanos em setembro, a maior entrada de capital em quase três anos.
(SÉRGIO DÁVILA)


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