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China passa Japão como maior credor dos Estados Unidos
Enquanto Tóquio vende títulos do Tesouro americano na crise, Pequim compra e acumula US$ 585 bilhões
Brasil segue em quarto
no ranking de países,
mas reduz o estoque, de
US$ 146,2 bi em agosto para US$ 141,9 bi em setembro
DE WASHINGTON
Em meio a sua pior crise financeira em décadas, os EUA
vêem uma troca de guarda na
posição de seus principais credores individuais. Segundo o
relatório mais recente do governo, de setembro, a China
passou o Japão como maior detentor de papéis do Tesouro
americano, numa ascendente
que começou seis meses atrás.
Agora, a China detém US$
585 bilhões em "treasuries",
como são chamados os títulos
da dívida pública dos EUA, ante
US$ 573,2 bilhões do Japão,
que mais vendeu do que comprou os papéis em quatro dos
últimos seis meses. No total, estrangeiros detêm US$ 2,86 trilhões de títulos do governo
americano, ou o dobro do PIB
brasileiro.
A notícia é agridoce para os
EUA. Por um lado, o país vê reafirmada a confiança dos mercados mundiais e a crença de que
o governo terá condições de
honrar seus compromissos.
Por outro, vê sair do topo da
lista de credores seu principal
aliado na Ásia para dar lugar a
seu maior competidor comercial mundial. A política de compra dos títulos pela China é
agressiva: o país dobrou o valor
investido desde julho de 2005.
Brasil em 4º
Já o Brasil continua em quarto lugar, posição que ocupa há
mais de um ano. Mas diminuiu
sua exposição, passando de
US$ 146,2 bilhões em agosto
para US$ 141,9 bilhões em setembro. À frente do país, além
de China e Japão, estão Reino
Unido e dois agrupamentos, de
exportadores de petróleo, formado por 15 países, e dos paraísos fiscais do Caribe, formado
por seis países.
A diferença entre compra e
venda de papéis foi de US$ 66,2
bilhões em setembro, mês em
que as Bolsas tiveram grandes
perdas -reflexo do estopim da
atual fase da crise financeira,
detonada pela decisão do governo dos EUA de não socorrer
o banco de investimentos Lehman Brothers, que quebrou.
O Tesouro informou ainda
que investidores estrangeiros
compraram US$ 143,4 bilhões
em ativos americanos em setembro, a maior entrada de capital em quase três anos.
(SÉRGIO DÁVILA)
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