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Cresce a qualificação da força de trabalho do país
31% dos empregados fizeram curso profissionalizante, contra 21% em 2002
Dados são de pesquisa mensal do IBGE; escolas criam novos cursos para aproveitar demanda maior por formação tecnológica
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A força de trabalho das maiores metrópoles do país amplia
seu nível de qualificação numa
velocidade acelerada, e 31,2%
da população ocupada em outubro deste ano possuía algum
curso profissionalizante ou de
especialização. Em outubro de
2002, o percentual era de
21,1%. No mesmo mês de 2005,
estava em 27,1%.
Os dados constam de levantamento do IBGE com base na
Pesquisa Mensal de Emprego,
feito a pedido da Folha. Consideram todos os tipos de curso
de qualificação profissional,
desde os regulares, como os
universitários, até os de línguas
e os profissionalizantes.
Ou seja, estão na estatística
pessoas que tenham concluído
desde um mestrado até aquelas
que fizeram apenas um curso
de telemarketing ou manicure.
Nos outros contingentes do
mercado de trabalho, também
é expressivo o avanço da qualificação. Entre as pessoas desempregadas, o percentual dos
que possuíam alguma qualificação saltou de 16,3% em outubro de 2002 para 33% no mesmo mês deste ano.
Considerando todas as pessoas em idade para trabalhar
(com mais de 10 anos, segundo
a metodologia da pesquisa), o
nível de qualificação cresceu de
15,1% para 23,1%.
Em níveis diferentes, o fenômeno do crescimento da qualificação da força de trabalho se
repete em todas as regiões metropolitanas pesquisadas e
atinge tanto brancos como pretos e pardos, segundo o IBGE.
Entre a população branca, o
percentual de pessoas com curso de qualificação saltou de
21,3% do total de pessoas ocupadas em outubro de 2004 para 34% no mesmo mês de
2006. Em outubro de 2005, era
de 30,3%.
Já entre a população preta e
parda, também houve avanço,
embora ainda persista uma distância considerável em relação
aos brancos. O total de pessoas
com qualificação subiu de
18,1% em outubro de 2002 para
27,2% em igual mês deste ano.
Em números absolutos,
6,442 milhões de pessoas ocupadas nas seis maiores regiões
metropolitanas do país tinham
algum tipo de qualificação.
Eram 3,857 milhões em outubro de 2002.
Medo do desemprego
Para Palmiro Ramos Filippini Jr., diretor-executivo da
S.O.S Computadores, o fantasma do desemprego e a dificuldade dos jovens em conseguirem o primeiro emprego estimularam essa onda de qualificação no mercado de trabalho
constatada pelo IBGE.
Sua empresa, que nasceu como um curso de informática,
aproveitou tal onda e hoje já
oferece cursos como secretária
administrativa, gestor de projetos, programação de computador e telemarketing.
Recentemente, a SOS fez
uma pesquisa com seus 70 mil
alunos em 130 unidades e traçou seu perfil: são especialmente jovens das classes C e D
-42% e 18% do total, respectivamente. Na faixa de até 25
anos, estavam 76% dos alunos.
A maior parte estudou em
colégio público, e 49% estavam
desempregados. Mais da metade (55%) cursava também uma
escola regular -ensino médio
ou fundamental.
Para Durval Antunes Filho,
diretor-geral da UniCoc, mesmo nos cursos universitários
nota-se a demanda crescente
por formação profissional.
Tanto é que a universidade resolveu lançar neste ano seu
programa de formação à distância.
A instituição, diz, detectou
também uma grande demanda
por formação tecnológica e
passou a oferecer cursos de duração menor (três anos). "Um
dos mais procurados é o de pedagogia, atendendo a professores que precisam desse título
para assumirem outros cargos", disse.
O preço é outro atrativo. No
ensino à distância, a UniCoc
oferece cursos universitários a
partir de R$ 176 por mês.
Regiões
Talvez por conta do fato de a
taxa de desemprego ser em São
Paulo mais alta do que a média,
a região metropolitana surge
como a líder nesse processo de
aumento da qualificação da
mão-de-obra.
Em São Paulo, o percentual
de pessoas empregadas que tinham algum curso de qualificação subiu de 15,6% em outubro
de 2002 para 34,5% no mesmo
mês de 2006. Em outubro de
2005, estava em 30,5%.
Belo Horizonte, porém, tinha
proporcionalmente um contingente maior de pessoas com algum tipo de qualificação profissional -39,3% em outubro deste ano ante 23,4% em outubro
de 2002.
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