DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diante dos problemas enfrentados pelo setor automotivo, o Banco do Brasil passou a oferecer ontem uma linha de crédito específica para fabricantes de autopeças que estejam precisando de dinheiro para pagar tributos e o 13º salário de seus funcionários. O BB anunciou que poderá oferecer até R$ 3 bilhões em financiamentos, dependendo da procura das empresas.
Os empréstimos poderão ser usados para o pagamento de PIS, Cofins, IPI e ICMS, além das contribuições para o FGTS e para o INSS. Em todos os casos, o financiamento cobrirá até 80% dos valores que serão recolhidos até março do ano que vem.
Pela linha de crédito, o BB irá cobrar juros a partir de 1,53% ao mês, cerca de 20% ao ano. O prazo para pagamento do empréstimo é de um ano, com um período de carência de até três meses.
Segundo o vice-presidente de Varejo e Distribuição do BB, Milton Luciano dos Santos, a nova modalidade de financiamento surgiu a partir de um pedido do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). "Eles mostraram para a gente as dificuldades que o setor tem enfrentado nos últimos meses", diz. Sem citar nomes, o executivo afirma que está negociando com outros setores a criação de linhas de crédito semelhantes.
Roberto Monteiro, diretor-executivo da Anfape (Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças), entidade que representa fabricantes que não são ligados a montadoras, elogiou a iniciativa do governo, que deve ser positiva principalmente para as empresas de menor porte. "É esse pessoal que mais sofre para conseguir dinheiro no banco", diz.
Em outra iniciativa do governo para estimular o setor, começou a valer ontem a redução de IPI para caminhões. A alíquota passou de 5% para zero. A Receita Federal estima que a renúncia fiscal será de R$ 300 milhões no período em que a medida estiver em vigor.


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