São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 2009

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BC europeu agora prevê perdas de US$ 790 bi

Em junho, projeção para prejuízo com "títulos podres" era US$ 92,8 bi menor

Na maior parte dos casos, esses papéis estão relacionados a empréstimos de alto risco, principalmente no mercado imobiliário

DA FOLHA ONLINE

O BCE (Banco Central Europeu) elevou sua estimativa de perdas dos bancos da zona do euro nos valores dos chamados ativos "podres" para 553 bilhões (US$ 789,7 bilhões), cerca de 65 bilhões (US$ 92,8 bilhões) a mais que na estimativa divulgada em junho.
A projeção se refere a perdas que os bancos podem registrar no período que vai de 2007 ao fim de 2010.
Desse total, 355 bilhões (US$ 507 bilhões) seriam referentes a empréstimos de risco, segundo reportagem publicada pelo jornal financeiro britânico "Financial Times".
Os títulos podres estão no centro da crise financeira que se alastrou e causou uma recessão da qual as principais economias mundiais apenas recentemente emergiram.
Na maioria dos casos, esses papéis estão relacionados a empréstimos de alto risco, principalmente no mercado imobiliário. Esses papéis ainda representam um sério fator de perdas para os bancos.
O vice-presidente do BCE, Lucas Papademos, disse que os bancos parecem estar superando aos poucos as perdas com títulos de risco, mas ainda encaram "desafios significativos" para lidar com suas carteiras de empréstimos problemáticos.
A revisão deixou o total mais próximo da estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional), que previa perdas de 581 bilhões (US$ 829,7 bilhões) no período.
O banco informou que a nova previsão reflete informações recentes, principalmente a exposição de bancos da Europa Central e Oriental a esses papéis de risco, além da deterioração do mercado imobiliário comercial.
Papademos alertou os bancos europeus para que sejam "especialmente cuidadosos para garantir que tenham amortecedores de capital e de liquidez em posição".
Ele disse ainda que os governos não podem demorar muito para retirar as ajudas aos bancos com problemas, sob risco de criar o "risco moral", de parecerem recompensar o comportamento irresponsável.


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