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Estrangeiros detêm 40% dos ativos
MARCELO BILLI
da Reportagem Local
Com a compra do Banco Bozano, Simonsen pelo Santander, a
participação dos bancos estrangeiros nos ativos bancários privados brasileiros chega a 40%.
Quando também são considerados os ativos detidos pelos bancos públicos, desde 95 a participação dos estrangeiros no sistema
bancário praticamente dobra.
Em dezembro de 95, os estrangeiros detinham 11,9% dos ativos
bancários brasileiros. Com a
aquisição do Bozano pelo Santander, essa participação chega a
23% dos ativos totais.
O sinal verde para a invasão dos
estrangeiros foi dado em agosto
de 1995, com a exposição de motivos 311, editada pelo Ministério
da Fazenda. A exposição estabeleceu que era de interesse nacional a
entrada de bancos estrangeiros
no país.
O primeiro grande banco que
entrou no mercado brasileiro foi
o HSBC (Hong Kong & Shangai
Banking Corporation), banco inglês que comprou R$ 10 bilhões
de ativos do Bamerindus em março de 1997.
Ainda em 1997, o espanhol Santander comprou o Banco Geral do
Comércio e, em março de 1998,
incorporou o Banco Noroeste.
No início de 99 o Santander fundiu-se, na Espanha, com o Banco
Central Hispano Americano, tornando-se uma das cinco maiores
instituições financeiras da região
do euro, administrando recursos
da ordem de US$ 217,1 bilhões.
Com a aquisição do Bozano, o
Santander passa a ser o quinto
maior banco no varejo brasileiro.
Depois do Santander foi a vez de
o BBV (Banco Bilbao Vizcaya),
segundo maior banco espanhol
antes da fusão do Santander, iniciar atividades no Brasil.
O Banco entrou no mercado
brasileiro em agosto de 1998, com
a aquisição do Banco Excel Econômico. Em dezembro daquele
ano o BBV administrava aproximadamente US$ 6 bilhões em ativos brasileiros.
O franco-italiano Sudameris
também expandiu suas atividades
no Brasil. Em 1998 comprou o
América do Sul, passando a figurar entre as dez maiores instituições financeiras privadas do país.
Os estrangeiros terão mais uma
oportunidade de aumentar sua
participação no mercado brasileiro. Se o Banespa (Banco do Estado de São Paulo), que possui cerca de R$ 14,3 bilhões em ativos e
cuja privatização está prevista para maio, for comprado por um
banco estrangeiro, praticamente
metade dos ativos bancários brasileiros será controlada por bancos estrangeiros.
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