São Paulo, Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2000


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Estrangeiros detêm 40% dos ativos

MARCELO BILLI
da Reportagem Local

Com a compra do Banco Bozano, Simonsen pelo Santander, a participação dos bancos estrangeiros nos ativos bancários privados brasileiros chega a 40%.
Quando também são considerados os ativos detidos pelos bancos públicos, desde 95 a participação dos estrangeiros no sistema bancário praticamente dobra.
Em dezembro de 95, os estrangeiros detinham 11,9% dos ativos bancários brasileiros. Com a aquisição do Bozano pelo Santander, essa participação chega a 23% dos ativos totais.
O sinal verde para a invasão dos estrangeiros foi dado em agosto de 1995, com a exposição de motivos 311, editada pelo Ministério da Fazenda. A exposição estabeleceu que era de interesse nacional a entrada de bancos estrangeiros no país.
O primeiro grande banco que entrou no mercado brasileiro foi o HSBC (Hong Kong & Shangai Banking Corporation), banco inglês que comprou R$ 10 bilhões de ativos do Bamerindus em março de 1997.
Ainda em 1997, o espanhol Santander comprou o Banco Geral do Comércio e, em março de 1998, incorporou o Banco Noroeste.
No início de 99 o Santander fundiu-se, na Espanha, com o Banco Central Hispano Americano, tornando-se uma das cinco maiores instituições financeiras da região do euro, administrando recursos da ordem de US$ 217,1 bilhões.
Com a aquisição do Bozano, o Santander passa a ser o quinto maior banco no varejo brasileiro.
Depois do Santander foi a vez de o BBV (Banco Bilbao Vizcaya), segundo maior banco espanhol antes da fusão do Santander, iniciar atividades no Brasil.
O Banco entrou no mercado brasileiro em agosto de 1998, com a aquisição do Banco Excel Econômico. Em dezembro daquele ano o BBV administrava aproximadamente US$ 6 bilhões em ativos brasileiros.
O franco-italiano Sudameris também expandiu suas atividades no Brasil. Em 1998 comprou o América do Sul, passando a figurar entre as dez maiores instituições financeiras privadas do país.
Os estrangeiros terão mais uma oportunidade de aumentar sua participação no mercado brasileiro. Se o Banespa (Banco do Estado de São Paulo), que possui cerca de R$ 14,3 bilhões em ativos e cuja privatização está prevista para maio, for comprado por um banco estrangeiro, praticamente metade dos ativos bancários brasileiros será controlada por bancos estrangeiros.



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