São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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BANCO SANTOS

Sena Madureira diz que é ""homem de confiança" de banqueiro

Editor nega ser "laranja" de Edemar

DA REPORTAGEM LOCAL

O editor Pedro Paulo de Sena Madureira afirma que não é ""laranja" do empresário Edmar Cid Ferreira, do Banco Santos, e que não ""emprestou" seu nome para representar duas empresas que mantinham negócios com o banco sob intervenção, a Sanvest Participações S.A. e a Quality.
Segundo a Junta Comercial de São Paulo, Sena Madureira é presidente da Sanvest e procurador da Quality, mas o editor afirma ""desconhecer" as atividades e ""a origem do dinheiro" movimentado" pelas duas companhias.
""Não tenho nada de "laranja". Sou homem de confiança do Edemar por causa de uma relação de trabalho de 13 anos que desenvolvemos juntos na área cultural", afirma Sena Madureira.
""Não emprestei nada. O que fiz foi aceitar um convite dele para participar das empresas", diz. ""O Edemar me convidou e fui informado que tudo estava amparado por um esquema legal. Eu não tinha nada para questionar."
O editor, sócio da editora Girafa, afirma que ""nunca" recebeu nada por representar as empresas. ""Todos os meus rendimentos estão declarados em meu Imposto de Renda." Sena Madureira diz também ""não ter informações" sobre a natureza das atividades das duas empresas.
""Nunca perguntei. Confio no Edemar e aceitei o seu pedido. Tenho a consciência tranqüila porque nunca ganhei nada com isso."
Reportagem da Folha publicada no domingo passado revelou que a Sanvest lançou R$ 246 milhões em debêntures (títulos de crédito emitidos por uma sociedade anônima que valem como dinheiro no prazo de resgate).
A Quality aparece como tomadora de empréstimos de R$ 145,4 milhões do Banco Santos, atualmente sob intervenção do Banco Central, que conduz investigações sobre as suas atividades.
Técnicos do BC trabalham com a hipótese de que Edemar usava debêntures de outras empresas para retirar dinheiro do Banco Santos. ""Não tenho conhecimento de nada disso", diz o editor.
Questionado se acredita ter sido ""usado" pelo banqueiro, Sena Madureira afirma que não. ""Não me arrependo de nada por causa da amizade e da confiança que deposito em Edemar."
O editor afirma que ""nunca soube" do volume de debêntures e dos negócios realizados pelas duas empresas que representava (ele diz que deixou a presidência da Sanvest no ano passado).
""Pessoas da Sanvest e da Quality telefonavam e diziam que alguém passaria em meu escritório para que eu assinasse documentos. Eu apenas assinava", diz.
Sena Madureira nega que tenha desenvolvido qualquer tipo de ""atividade paralela" por causa da Sanvest e da Quality. ""Tudo o que o Edemar fez pode estar certo ou errado, eu não sei. Mas o fato é que está tudo registrado na Junta Comercial de São Paulo. De minha parte, sempre agi com confiança e boa-fé", afirma.


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