|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BANCO SANTOS
Sena Madureira diz que é ""homem de confiança" de banqueiro
Editor nega ser "laranja" de Edemar
DA REPORTAGEM LOCAL
O editor Pedro Paulo de Sena
Madureira afirma que não é ""laranja" do empresário Edmar Cid
Ferreira, do Banco Santos, e que
não ""emprestou" seu nome para
representar duas empresas que
mantinham negócios com o banco sob intervenção, a Sanvest Participações S.A. e a Quality.
Segundo a Junta Comercial de
São Paulo, Sena Madureira é presidente da Sanvest e procurador
da Quality, mas o editor afirma
""desconhecer" as atividades e ""a
origem do dinheiro" movimentado" pelas duas companhias.
""Não tenho nada de "laranja".
Sou homem de confiança do Edemar por causa de uma relação de
trabalho de 13 anos que desenvolvemos juntos na área cultural",
afirma Sena Madureira.
""Não emprestei nada. O que fiz
foi aceitar um convite dele para
participar das empresas", diz. ""O
Edemar me convidou e fui informado que tudo estava amparado
por um esquema legal. Eu não tinha nada para questionar."
O editor, sócio da editora Girafa, afirma que ""nunca" recebeu
nada por representar as empresas. ""Todos os meus rendimentos
estão declarados em meu Imposto de Renda." Sena Madureira diz
também ""não ter informações"
sobre a natureza das atividades
das duas empresas.
""Nunca perguntei. Confio no
Edemar e aceitei o seu pedido. Tenho a consciência tranqüila porque nunca ganhei nada com isso."
Reportagem da Folha publicada no domingo passado revelou
que a Sanvest lançou R$ 246 milhões em debêntures (títulos de
crédito emitidos por uma sociedade anônima que valem como
dinheiro no prazo de resgate).
A Quality aparece como tomadora de empréstimos de R$ 145,4
milhões do Banco Santos, atualmente sob intervenção do Banco
Central, que conduz investigações
sobre as suas atividades.
Técnicos do BC trabalham com
a hipótese de que Edemar usava
debêntures de outras empresas
para retirar dinheiro do Banco
Santos. ""Não tenho conhecimento de nada disso", diz o editor.
Questionado se acredita ter sido
""usado" pelo banqueiro, Sena
Madureira afirma que não. ""Não
me arrependo de nada por causa
da amizade e da confiança que deposito em Edemar."
O editor afirma que ""nunca
soube" do volume de debêntures
e dos negócios realizados pelas
duas empresas que representava
(ele diz que deixou a presidência
da Sanvest no ano passado).
""Pessoas da Sanvest e da Quality
telefonavam e diziam que alguém
passaria em meu escritório para
que eu assinasse documentos. Eu
apenas assinava", diz.
Sena Madureira nega que tenha
desenvolvido qualquer tipo de
""atividade paralela" por causa da
Sanvest e da Quality. ""Tudo o que
o Edemar fez pode estar certo ou
errado, eu não sei. Mas o fato é
que está tudo registrado na Junta
Comercial de São Paulo. De minha parte, sempre agi com confiança e boa-fé", afirma.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Hora extra: HSBC vai abrir agências aos sábados em março Índice
|