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Fipe mostra que alta de preços já perde fôlego em SP
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação perde força e começa
a cair em São Paulo. Nos últimos
30 dias terminados em 15 deste
mês, os preços subiram, em média, 2,13%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Na semana anterior, a
pesquisa da instituição tinha registrado alta de 2,23%.
Para o economista Heron do
Carmo, coordenador do Índice de
Preços ao Consumidor da Fipe, "a
inflação está perdendo ritmo,
apesar da antecipação dos reajustes na área de transportes públicos em São Paulo. Essa antecipação frustrou a expectativa de queda da taxa já em janeiro", diz ele.
A partir de março, no entanto,
todos os índices devem convergir
para uma redução nas taxas, derrubando as expectativas anuais de
inflação. Heron mantém a previsão de 7% para este ano, uma taxa
que o próprio economista considera "muito otimista".
A inflação deste mês, assim como ocorreu em janeiro, continua
sendo alimentada por transportes
e custos com educação. Juntos,
esses dois itens representaram
65% da taxa do período. Nas contas da Fipe, a pressão desses itens
desaparecerá nas próximas semanas, "e portanto não se pode descartar uma taxa de 1% neste mês e
uma inflação bem reduzida em
março".
A redução da taxa ocorrerá, ainda, por causa da queda do poder
aquisitivo da população. Pelos dados da Fipe, quem tinha salário de
R$ 1.000 no início de agosto de
2002 terminou janeiro com R$
900, desde que não tenha tido reajuste nos últimos meses. Se for
utilizado o IGP (Índice Geral de
Preços, da FGV), esse valor cai para apenas R$ 840.
Alimentação
O custo dos alimentos, importante item na composição da inflação em São Paulo, "recuou
muito pouco", diz Heron. Nos últimos 30 dias, os preços subiram
1,47%, contra 1,52% na pesquisa
anterior.
Os produtos industrializados
recuaram menos do que o esperado, enquanto os "in natura" continuam com forte pressão devido
às chuvas seguidas de calor, o que
estraga a produção. A abobrinha
teve alta de 37% nos últimos 30
dias. No mesmo período, a alface
e a escarola subiram 18%.
Sobre a alta dos juros para
26,5%, decidida ontem pelo Copom, Heron diz não concordar
com ela porque a tendência de inflação já é de queda.
"Em março, quando todos os
índices mostrarem a redução da
inflação, é provável que alguém
diga que foi por causa desse aumento dos juros."
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