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Greve perde força e dá
espaço à negociação
FREE LANCE PARA A FOLHA
A pesquisa do IBGE revela que
muita coisa mudou no sindicalismo desde o início da década de
80, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandava o
movimento sindical no ABC paulista e as greves pautavam as relações entre patrões e empregados.
Hoje, os sindicatos pouco recorrem à greve. Nos últimos dez
anos, só 13% dos sindicatos relataram paralisações em suas bases.
Foi a primeira vez que o IBGE incluiu essa pergunta no questionário da pesquisa. "A forma de negociação mudou", disse Eduardo
Mendonça, do IBGE. "Isso revela
um processo de maturidade [do
movimento sindical"."
No entanto os trabalhadores
das indústrias metalúrgica, mecânica e de material elétrico estão
entre os que mais recorreram às
greves: 32% dos sindicatos desses
setores informaram ter conhecimento de greves em suas bases.
Entre os bancários, 52% dos sindicatos relataram paralisações.
Entre os trabalhadores urbanos,
o índice das categorias sindicalizadas que recorreram à greve chega a 19%, contra 5% no meio rural. Na indústria, 20% mencionaram movimentos grevistas.
Para o diretor da secretaria geral
da CUT no Rio, Paulo Melo, a redução de greves mostra que os
"trabalhadores trataram de assegurar seus empregos" e por isso
procuraram alternativas.
Na última década, 81% das negociações resolveram-se com
convenção coletiva, firmada entre
sindicatos de empregados e empregadores, e acordos coletivos,
entre sindicatos e empresas.
Segundo Mendonça, o cenário
econômico na década passada foi
adverso para os trabalhadores,
que optaram pelas soluções negociadas, sem recorrer à Justiça.
Tanto que os dissídios, dados pela
Justiça do Trabalho, responderam por apenas 12% das negociações. Na pesquisa anterior, convenção e acordos coletivos representaram 59% das soluções, e os
dissídios, 33%.
A negociação coletiva foi o caminho preferido por mais da metade (51%) dos sindicatos de trabalhadores e empregadores, índice menor que os 53% da pesquisa
anterior.
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