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CURTO-CIRCUITO
Diretor diz que não abre mão de nenhuma hipótese para reaver US$ 1,2 bi devido pela controladora da Eletropaulo
BNDES pode recorrer à Justiça contra AES
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A direção do BNDES está disposta a entrar em litígio com a
AES Corporation a fim de assegurar o recebimento do US$ 1,2 bilhão devido pela controladora da
Eletropaulo.
""A disposição do governo é negociar. Negociação pressupõe todas as consequências", disse Darc
Antonio Costa, vice-presidente
do banco. Para completar: ""O
BNDES não é favorável ao alongamento do perfil da dívida. É a favor de receber os recursos decorrentes do financiamento".
Indagado se essa advertência
significaria recorrer à execução de
dívida da AES e retomar o controle da Eletropaulo, o executivo afirmou: ""Vamos analisar todos os
instrumentos. Não abrimos mão
de nenhuma hipótese. Até mesmo conduzir o processo a uma situação de litígio."
Costa disse não aceitar o argumento, defendido por analistas,
de que, sem um alongamento do
perfil, a dívida é insustentável, dado o fluxo de caixa da Eletropaulo. ""Não podemos atuar como se
o BNDES fosse entidade filantrópica. Quando o contrato foi assinado, os compradores sabiam das
condições."
Em 30 de janeiro, a AES deixou
de pagar uma parcela de US$ 85
milhões de sua dívida com o banco estatal. A parcela se refere a financiamento feito pelo BNDES
durante o processo de privatização da Eletropaulo. O contrato
prevê que, em caso de alguma
parcela não ser paga, o BNDES
poderia ficar com todos os papéis
que a AES possui da Eletropaulo.
A AES detém cerca de 70% do capital da distribuidora de energia.
Darc Costa sustentou ainda que
a AES não apresentou à diretoria
do banco nenhum plano para renegociação do débito. A Eletropaulo não quis fazer comentários.
Mas Costa admite a hipótese de
que o BNDES incorpore ativos da
AES. ""Se não tem como pagar sob
a forma monetária, que pague
com ativos", disse, durante passagem por São Bernardo. Ele esteve
reunido com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,
Luiz Marinho, para discutir apoio
a cooperativas de trabalhadores.
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