São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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DE PORTAS ABERTAS

Saldo entre dispêndio de brasileiros lá fora e de visitantes no país é positivo em US$ 100 mi

Turista estrangeiro gasta mais no Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A conta que registra despesas e receitas com viagens internacionais teve superávit em janeiro pelo segundo ano seguido. O saldo ficou positivo em US$ 100 milhões, resultado atípico para um período de férias, que reflete, segundo o Banco Central, a queda do poder de consumo do brasileiro e o preço do dólar.
Houve aumento de 81,6% em relação ao saldo de janeiro de 2003, quando a conta ficou positiva em US$ 55 milhões. Segundo o BC, foi o maior superávit já alcançado por esse indicador desde 1969, quando a estatística começou a ser calculada.
No mês passado, os estrangeiros gastaram no Brasil US$ 296 milhões, também o maior valor desde 1969. O aumento do fluxo de turistas para o Brasil ajuda a explicar esse valor. De acordo com a Embratur, houve crescimento de 133% no número de turistas que desembarcaram nas praias do Nordeste em relação ao verão do ano passado.
E, no mês passado, os brasileiros desembolsam US$ 196 milhões no exterior.
O saldo da conta de viagens internacionais é exatamente a diferença entre o que gastam os brasileiros lá fora e o que despendem estrangeiros por aqui.
A expectativa é que, com o aquecimento da economia esperado para este ano, a conta volte a ficar negativa em cerca de US$ 600 milhões, segundo cálculos do BC, que projeta um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,5% para 2004.
O comportamento dos gastos com viagens vem acompanhando o fraco desempenho da economia, que permaneceu praticamente estagnada em 2003.
Em 2002, por exemplo, quando o PIB cresceu 1,9%, a conta de viagens ficou negativa em US$ 57 milhões. Naquele ano, os brasileiros gastaram US$ 341 milhões no exterior, enquanto os estrangeiros deixaram US$ 176 milhões no Brasil.
O câmbio também interfere no poder de compra dos brasileiros em outros países. O saldo negativo da conta de viagens passou a diminuir substancialmente a partir de 1999, quando o governo permitiu a desvalorização do real.


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