|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Recuperação é efeito estatístico, diz MB
O nível de atividade da indústria em janeiro deve registrar um crescimento de 9,1%
ante dezembro de 2008, segundo projeções da MB Associados. O resultado, no entanto, é mais um efeito estatístico
que uma recuperação da economia, já que a queda prevista
em relação a janeiro de 2008 é
de 11%. A afirmação é de Sergio
Vale, economista-chefe da MB.
"É uma recuperação do nada
para o quase nada", diz Vale.
Segundo ele, a indústria deve
ter atingido no mês passado o
nível de janeiro de 2006.
"Esses sinais são mais do que
evidentes de uma recessão em
curso", afirma. Para ele, o conceito tradicional de recessão
-com dois trimestres consecutivos de queda no PIB- não
é necessariamente o melhor
indicador para identificar a retração da economia. Ele diz que
pode ser que o Brasil não tenha
duas quedas consecutivas no
PIB, mas essa não é a análise
mais importante da economia.
Segundo Vale, o mercado de
trabalho, neste momento, verifica melhor a desaceleração da
atividade. A projeção da MB é
que o desemprego chegue a
17% em São Paulo até 2010.
A perda de mais de 100 mil
vagas anunciada ontem pelo
Caged é, na opinião de Vale,
muito ruim, mesmo que seja
um resultado melhor que o corte de 655 mil postos em dezembro. O motivo é que janeiro é
tradicionalmente um mês de
contratação. "Essa situação negativa para o emprego ainda
pode perdurar nos próximos
meses", afirma.
O desemprego maior pode
provocar uma segunda rodada
de desaceleração na economia,
afirma Vale. Segundo ele, isso
fará com que a retomada da atividade não seja rápida e a sustentará em um patamar menor
que o verificado antes da crise.
Para ele, esse cenário abre
uma janela de oportunidade
para usar a política monetária,
em vez da fiscal, como estímulo
à economia. Vale diz que o Banco Central deveria aproveitar o
choque negativo da atividade
para cortar o juro básico.
Ele vê potência menor na política fiscal como ação anticrise.
Um dos motivos apontados pelo economista é que a queda na
receita provocará uma redução
do superávit primário. Isso fará
com que os gastos públicos tenham que crescer menos para
sustentar o superávit primário
dentro da meta.
"Esses sinais [queda no nível de produção
industrial] são mais do que evidentes de uma recessão em curso"
SERGIO VALE
economista-chefe da MB Associados
Demanda por executivo cai, diz pesquisa
A crise econômica provocou uma desaceleração
na procura por executivos
para cargos de presidente,
gerente, diretor e conselheiro de administração
no Brasil, segundo levantamento da DBM, consultoria especializada em gestão de capital humano.
Em 2008, o número de
vagas abertas para executivos cresceu 37% em relação a 2007. No último trimestre do ano passado,
quando a crise se agravou,
a expansão caiu para 10%,
de acordo com a pesquisa.
Segundo o presidente da
DBM Brasil, Cláudio Garcia, os setores em que houve maior queda na demanda por executivos foram
justamente os mais afetados pela crise de crédito,
como varejo, construção
civil e automotivo.
No varejo, por exemplo,
a demanda por executivos
cresceu 54% no acumulado de 2008, mas caiu 16%
no último trimestre.
Garcia também sentiu
um ajuste para baixo na
remuneração dos executivos no final do ano passado. "Algumas empresas estavam pagando mais do
que podiam aos executivos", afirma.
SEM MORDOMIA
Nas viagens de negócios, restaurantes cinco estrelas,
spas e piscinas de hotéis deixaram de ser prioridade com
a crise, segundo estudo da Amadeus -empresa especializada em TI para o setor de viagens-, com 354 executivos
no mundo todo. O importante agora é a conexão à internet. Para 76% dos entrevistados, estabelecimentos com
internet wi-fi veloz nos quartos terão prioridade.
PRESENÇA
A britânica Annie Morrissey acaba de assumir a presidência do SPCVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau)
com o calendário de eventos em São Paulo garantido, mesmo em tempo de crise, já que os contratos são fechados com
antecedência. O que pode cair é o público. "Nossa preocupação agora será o público que vai aos eventos." Outra mudança que Morrissey percebeu foi no momento da tomada de
decisão por parte dos participantes, que agora deixam para
fechar a presença na última hora. "Com o afrouxamento da
ocupação dos hotéis, não há mais aquele risco de não encontrar vaga para hospedar o visitante. As empresas estão esperando mais para fechar."
RESULTADO
As empresas de private
equity apresentam, em geral, sistemas de gestão melhores que empresas privadas, familiares ou de governos, segundo estudo do Fórum Econômico Mundial.
As empresas adquiridas por
grupos de private equity registram um crescimento 2%
acima da média em produtividade.
HÉLICE
A HeliSolutions, que opera no sistema de propriedade compartilhada de helicópteros, registrou alta no
número de voos agendados
no Carnaval. Para hoje, há
27 vôos marcados, quase
três vezes mais que a média
diária de 10 voos. Os destinos mais procurados são
Angra dos Reis e praias do litoral norte de São Paulo.
CERÂMICA
A Expo Revestir, feira internacional de revestimentos, espera movimentar acima de
US$ 145 milhões, 12% mais
que em 2008. O evento será
realizado pela Anfacer (associação de fabricantes de cerâmica) de 24 a 27 de março, em
SP.
CONTRA-ATAQUE
As empreiteiras não reagiram bem à "chamada" pública que levaram do diretor-
-geral do Dnit. Para Luiz
Fernando dos Santos Reis,
presidente do Sinicon (construção pesada), o problema
não está nas empresas. "Os
contratos estão aquém da
capacidade de execução das
empresas, principalmente
com a queda de demanda
dos setores de mineração e
siderurgia", disse. "O problema está na aprovação de
projetos e nas exigências do
TCU."
ESTRADA
A Itapemirim, de viagens
rodoviárias, estima incremento de 30% nas vendas
para o Carnaval. Rio de Janeiro, Florianópolis, Vitória,
Guarapari e Zona da Mata
Mineira continuam como os
destinos mais procurados.
MACA
Dos R$ 250 milhões previstos para serem investidos
pela Amilpar em 2009, a
maior parte será para a finalização do Hospital Anália
Franco, na zona leste de São
Paulo, e do Hospital das
Américas, na Barra da Tijuca, no Rio. Também receberão investimentos as novas
estruturas médicas, como
hospitais e outros serviços
inaugurados ou adquiridos
nos últimos 12 meses.
CAPIXABA
A Drogasil anuncia a entrada no mercado do Espírito Santo com a abertura de
13 lojas no Estado. A operação será feita por meio da
compra de pontos comerciais da rede de farmácias local Alquimia. Hoje, a Drogasil tem 258 unidades em SP,
MG, GO e DF.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e HUMBERTO MEDINA
Próximo Texto: Embraer demite 4.200 e culpa a crise Índice
|